terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Reflexões matinais
Mais um dia. Acordei tentando resgatar o sonho recente que parecia se perder com o retorno da consciência. Simultaneamente, ouvi minha mãe me chamando e perguntando se eu estava acordada. Pensei: "Agora, definitivamente, estou!". Meu resto de sono fora interrompido por um erro ("jura?") cometido na noite anterior. Compra realizada sem sucesso. Eram seis pés de cadeira, comprei apenas quatro. Que felicidade a minha! Despertada por uma catacrese equivocada. Maldita figura de linguagem!
Tomei meu café, pensando no que faria hoje. Tão previsível! Entretanto brotou em mim uma vontade imensa de escrever, falar sobre a vida, sobre mudanças, distrações, reflexões que deixamos fugir com a rotina diária. Nos últimos meses, devo admitir que muitas crenças e mistificações, às quais me apegava tanto, foram quebradas, dissolvidas. Parte delas ainda permanece comigo, mas grande parcela tem sido levada com o tempo. Sempre acreditei no verdadeiro amor e banalizei as relações temporárias, líquidas. Beijo e sexo... não entendia como as pessoas podiam ser tão indiferentes ao valor de idealização presente, tradicionalmente, em ambos. Bah! Balelas da vida! Fazia uma relação clara (para mim!) entre insatisfações e a liquidez em que vivemos. Parecia haver conexão: desejos mesquinhos e temporários, com frustrações em uma busca profunda, apesar de omitida e negada, de um verdadeiro amor, a tal "alma gêmea" (diga-se de passagem: "a metade da laranja...dois amantes, dois irmãos..."). Não nego que ainda acredito nessa possível conexão, no entanto não cabe a mim, e nunca foi, nem será, minha função julgar as atitudes e erros daqueles que preferem viver a vida dos desejos e das vontades. Admito minha inveja pessoal, e admiro tais indivíduos, pois sou fraca frente ao solúvel, mas sou facilmente apegável ao mistério. Como forma de proteção, tento o recuo, mas a curiosidade, muitas vezes, grita, pedindo a libertação dos mesmos desejos e vontades valorizadas por aqueles. Devo viver em um paradoxo, construído pela dualidade razão x emoção. Tenho consciência de que envolvimentos passageiros não são carregados de amor, uma vez que esse necessita de um tempo maior para ser moldado e solidificado. Entretanto, esse mesmo amor parece julgar-me, diariamente, pelo novo caminho que escolhi seguir. Um caminho não muito certo (nada, de fato!), não muito plano, nem regular... Uma vida de surpresas, sem previsões, ou certezas... Uma trilha plena de descobertas!
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