domingo, 24 de maio de 2015
Viagens concretas e metafóricas haha
E aqui estou novamente. Sentada em um ônibus, rumo à adorada e complicada São Paul. Revezo minha viagem entre sonos interruptos, leituras breves e reflexões em fluxo. No momento, paira o desejo incessante de escrever. Escrever sobre o que? Sobre o fim de semana? Sobre assuntos mais úteis e instigantes? Pena, caros leitores, escreverei sobre minha última reflexão. A última das últimas, tão fresca que cheira papel recém-impresso. Pensei sobre como as mudanças, negativas ou positivas, podem fazer a nossa vida muito melhor. As positivas são autoexplicativas. As negativas vêm como um enxame de abelhas, ameçam-nos, ferroam-nos, mas, muitas vezes, somos capazes de superá-las. Aderido a elas, vem o aprendizado, algo que dificilmente é tirado de nós. Veio à mente a possibilidade de continuar a mesma vida comum, moldada às regras e valores morais da cidade interiorana. Não suportaria. Viver cercada pelos olhares de julgamento entre "certo" e "errado", " bom" ou "mau" me faria enlouquecer. Viver presa ao mesmo cotidiano me faria desejar a fuga. É por isso que hoje sonho: sonho com minhas mudanças futuras, com meus planos mirabolantes. Sim, não nego, tenho medo das decepções e dos erros, mas sei que somente com eles aprenderei a lapidar a minha vida do meu próprio jeito. Da minha maneira. Pode ser que as pequenas mudanças, como um corte de cabelo, ou viver em uma nova cidade, não sejam mudanças tão dignas e transformadoras para os caros leitores, mas, para mim, são verdadeiramente significativas, pois exprimem coragem, antes perdida dentro de mim, e o marco do início de uma longa jornada de transformações, erros e acertos.
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Cadê nosso termo de consentimento?
Já parou pra pensar que nós nunca pedimos pra nascer? E, que, de certa maneira, a forma mais perfeita de demonstrar o livre arbítrio, se opondo ao nascer desavisado, é por meio do suicídio? O que é o suicídio afinal? Não é simplesmente o fim da vida, mas uma simbologia marcante e posta em prática de liberdade para escolhas. Na sociedade ocidental, principalmente, impregnada pelos valores religiosos, o ato de suicídio é abominado e, muitas vezes, aliado a energias negativas ou, até mesmo, diabólicas. Para o cristianismo, tirar a própria vida é considerado um crime pelo simples fato de ser um assassinato, e pelo indivíduo não ter esperado o tempo escrito por Deus, bem como a sua salvação. Consequentemente, o "pecador" deveria seguir para o tal "inferno". Devido a esse pensamento, bem como outros oriundos de outras religiões, também oponentes de tal ato, escolher entre a vida e a morte tem sido uma questão de difícil discussão. Quantas vezes já vimos a sociedade, em sua maioria, julgar e criticar atos de suicídio? Várias. A intervenção sempre se mostra necessária para a maioria: lá vão bombeiros, policiais, médicos, familiares e os curiosos de plantão. Eu sei o quão valiosa é a vida, e é por esse mesmo motivo que muitos abominam a escolha da morte, mas, voltando ao início do texto: quem pediu pra nascer? Ninguém assinou um contrato, um termo de consentimento pra ser usado neste mundo, ou, simplesmente, existir nele. Façamos, então, valer o livre arbítrio, somos escravos do mesmo e responderemos sempre pelas suas consequências, como já dizia nosso colega Sartre. Não estou fazendo uma apologia ao suicídio, por favor. Já carregamos o peso de nossas escolhas (quiçá mais pesado que o mundo sustentado por Atlas!), cabe a cada um ponderá-las. Imaginemos a seguinte cena: um pai de três filhos, arrimo da casa, mulher desempregada e sem condições de trabalhar. Familiares distantes, sem muito contato. Eis que certo dia, cansado, escolhe tirar a própria vida. Complicado? Muito. Egoísta? Possivelmente. Deixou três crianças para a mãe cuidar sozinha. Mas... não estaríamos sendo nós egoístas com ele também? Não estaríamos fazendo um julgamento equivocado e precipitado? Flash back para Sartre e livre arbítrio. Pode ser que, caso exista algo além disso tudo, ele tenha se arrependido do que cometera. No momento, contudo, ele apenas cortou uma linha que nem ele mesmo havia iniciado, uma linha que alguém iniciou por ele. Não serei hipócrita, se fosse comigo, xingaria-o por alguns dias e lamentaria sua morte. Tentaria, no entanto, compreender e respeitar sua decisão. Cada um sabe o que é melhor para própria vida, ou o que faz dela. O mesmo vale para a eutanásia e o uso de medicamentos para prolongar a vida (ou a redução dos mesmos para aliviar seu fim). Claro que quando o indivíduo não expõe claramente o seu real desejo, os procedimentos tornam-se bem mais complexos. Será uma decisão da família sobre algo que remete a eles indiretamente, mas, considerando que é a escolha sobre o outro, pelo outro, o egoísmo deveria ser abandonado e a seguinte questão deveria ser colocada em pauta: e o que é melhor para o outro? Como escolher pelo outro? Com certeza é uma responsabilidade maior do que escolher para si mesmo, e, sem dúvidas, de um peso maior do que o do mundo. A verdade em relação a tudo isso, bem como motivo desse assunto ser considerado um tabu, é que a maioria das pessoas temem a morte, como se fosse algo concreto, físico, real. Sabemos que é algo inevitável, mas seu medo não deve ser imposto como lei, não deve ser feito de regra para os outros. A morte é uma realidade diária e não abordá-la de forma coerente e discutível, é ignorar a maior certeza da humanidade (e de todos os seres vivos no geral) desde que mundo é mundo. Não podemos evitá-la, apenas adiá-la. Medicamentos, tratamentos, tecnologias foram desenvolvidas pra isso. Amenizar o sofrimento humano. Não direi que não temo o meu fim, porque isso está longe de ser uma verdade, mas prefiro vê-lo como algo simplesmente atemporal e impossível de ser sentido. Sob uma visão espiritualista, vejo a morte como um ponto vazado (pense nesse símbolo "o" das aulas de matemática), "fim" de uma fase e marco "inicial" de outra, apenas um passo na evolução da minha alma. De uma forma mais pragmática, farei uso de uma citação de Epicuro, em "Carta sobre a felicidade":
"(...) o mais terrível
de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque,
quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a
morte está presente, nós é que não estamos. A morte, portanto, não é nada, nem
para os vivos, nem para os mortos, já que para aqueles ela não existe, ao passo
que estes não estão mais aqui."
Acho uma das análises mais incríveis que já vi sobre a tão temida morte. Só pra deixar claro, não estou banalizando-a, muito menos ignorando o sofrimento daqueles que deixam esse mundo, bem como de seus familiares. Acredito, apenas, que as pessoas seriam mais felizes e menos preocupadas se vissem-na, bem como o suicídio, sob um olhar diferente e menos maniqueísta. Visões distintas também podem proporcionar menos sofrimento e mais aceitação. Aceitação não só da vida, ou da morte, mas da escolha do outro.
terça-feira, 5 de maio de 2015
Ser mulher, divagações, filosofia socrática na medicina...
Noite, fantasminhas!
Por que a semana tem que começar tão pesada? Tell me?
Dois dias seguidos, corridos, voados, sem tempo de comer direito, nem de pensar no que exatamente eu estou fazendo da minha vida. Eu realmente gosto quando tenho tanta coisa pra fazer que não me sobra tempo pra pensar em outras... ahhh, essas outras! Sem lamúrias, mas é um fato: mulheres precisam repassar toda a sua vida antes de dormir, e esses acontecimentos, essas preocupações interferem no sono de muitas. No meu não! hahahahahha A única coisa que afeta meu sono é fazer trabalho até as 2h da manhã. Luz desgraçada que inibe a minha melatonina -.- Mas eu sempre me pego pensando em você. É, você mesmo, caro leitor. Tento calcular meus próprios passos, as minhas atitudes, os meus movimentos. Não fui feita pra viver cercada de limites. Abandonando essa minha divagação paralela e fora da questão central, após dias como esses, tenho uma vontade imensa de correr, fugir para um lugar tão longe, longe, onde apenas estrelas reinam no céu. Será uma praia, e eu deitarei, tranquilamente, nessa praia sem esperar nada, sem querer mais nada. Apenas eu, a areia, a água do mar e as estrelas. Cada dia tenho mais certeza do que desejar para o meu futuro. Por que não alinhar o amor pelo mundo com o amor pelo cuidado? Quero sair sem rumo, ajudar e ser ajudada. A bondade humana existe e ta aí pra ser encontrada, difundida, compartilhada. Esse meu desejo me fez lembrar de uma conversa com um amigo. Como sempre, entramos em um conflito. Fazendo uso da filosofia socrática, disparei perguntas, a ele, cujas respostas eu busco todos os dias. O que é ser um bom médico? Recebi como resposta aquele que tem um bom currículo. O que é ter um bom currículo? Boas notas? Congressos? Nove línguas faladas? Ok. E pra ganhar bem eu preciso do que? Segundo ele, ser renomado, e, consequentemente, ter um bom currículo. Ok, quer dizer então que o bom médico é aquele que recebe bem? (só pra ter uma noção, 800 por consulta, fora bajulações dos pacientes) Quer dizer que médico que trabalha nas UBS da vida não é bom médico? Parei pra pensar em quão instigados os alunos são, pela faculdade, a pensar no currículo como se fosse um filho, o divisor de águas de uma vida. Sei que uma definição de "ser um bom médico" abrange vários fatores, mas, de uma forma resumida, o bom médico é aquele que te ouve, te entende, sabe improvisar com o que tem, e, claro, por meio do conhecimento prévio, fazer um diagnóstico adequado. Para mim, o bom médico é aquele que cria hipóteses por meio de um histórico e um exame físico detalhado, precisando apenas confirmar com exames complementares. O bom médico é aquele que passa confiança, não se submete ao mundo moderno e aos 10 minutos impostos pelo sistema. O bom médico não é aquele, necessariamente, que recebe rios de dinheiro no fim do mês, nem aquele que deu entrevista para o programa da Globo. Não acho que alguém, incapaz de abrir espaço para pessoas mais humildes, possa ser considerado um bom médico. Medicina está ligada ao cuidado do próximo, e um bom médico é aquele que se volta para qualquer indivíduo. Ser humano e tratar os outros como tal é ser um bom médico. Não quero dizer que pra isso é necessário trabalhar gratuitamente. Quero dizer que o cuidado não deveria ser limitado, segregado, e recusado para qualquer pessoa que fosse. Moradores de rua, muitas vezes, não tem um centavo no bolso, e, cidadão e humanos, como nós, merecem cuidados. Abordando um pouco o SUS, esse é um dos seus princípios principais: a universalidade. Se o ex-diretor da minha faculdade quer ser considerado um bom médico, ele deveria, primeiramente, parar de pagar de bom moço, pseudo-altruísta e humanitário, parar de fingir que atende as camadas menos abastadas, passando imagem de fofo para a televisão, e começar a trabalhar, de fato, no SUS, no hospital universitário que tanto diz representar. Receber o caso nas mãos, com dados e exames completos, e só dizer o diagnóstico me parece roubo de cena. Ser um bom médico a partir dessa imagem final, por fim, é atuar na vida do paciente, independente da classe social desse, desde a atenção primária, até a solução do caso, futuro tratamento e acompanhamento, dando a ele, a chance de falar, de compreender a sua situação e fazer parte de um processo que diz respeito, primeiramente e principalmente, a ele mesmo. Deixá-lo ser protagonista da própria saúde.
Fiz um mix de informações, somado de pequenos comentários internos recheados de revolta.
E o começo ficou meio desconexo do resto do texto, I know. Já disse, fluxo de consciência dá nisso.
Bye!
Por que a semana tem que começar tão pesada? Tell me?
Dois dias seguidos, corridos, voados, sem tempo de comer direito, nem de pensar no que exatamente eu estou fazendo da minha vida. Eu realmente gosto quando tenho tanta coisa pra fazer que não me sobra tempo pra pensar em outras... ahhh, essas outras! Sem lamúrias, mas é um fato: mulheres precisam repassar toda a sua vida antes de dormir, e esses acontecimentos, essas preocupações interferem no sono de muitas. No meu não! hahahahahha A única coisa que afeta meu sono é fazer trabalho até as 2h da manhã. Luz desgraçada que inibe a minha melatonina -.- Mas eu sempre me pego pensando em você. É, você mesmo, caro leitor. Tento calcular meus próprios passos, as minhas atitudes, os meus movimentos. Não fui feita pra viver cercada de limites. Abandonando essa minha divagação paralela e fora da questão central, após dias como esses, tenho uma vontade imensa de correr, fugir para um lugar tão longe, longe, onde apenas estrelas reinam no céu. Será uma praia, e eu deitarei, tranquilamente, nessa praia sem esperar nada, sem querer mais nada. Apenas eu, a areia, a água do mar e as estrelas. Cada dia tenho mais certeza do que desejar para o meu futuro. Por que não alinhar o amor pelo mundo com o amor pelo cuidado? Quero sair sem rumo, ajudar e ser ajudada. A bondade humana existe e ta aí pra ser encontrada, difundida, compartilhada. Esse meu desejo me fez lembrar de uma conversa com um amigo. Como sempre, entramos em um conflito. Fazendo uso da filosofia socrática, disparei perguntas, a ele, cujas respostas eu busco todos os dias. O que é ser um bom médico? Recebi como resposta aquele que tem um bom currículo. O que é ter um bom currículo? Boas notas? Congressos? Nove línguas faladas? Ok. E pra ganhar bem eu preciso do que? Segundo ele, ser renomado, e, consequentemente, ter um bom currículo. Ok, quer dizer então que o bom médico é aquele que recebe bem? (só pra ter uma noção, 800 por consulta, fora bajulações dos pacientes) Quer dizer que médico que trabalha nas UBS da vida não é bom médico? Parei pra pensar em quão instigados os alunos são, pela faculdade, a pensar no currículo como se fosse um filho, o divisor de águas de uma vida. Sei que uma definição de "ser um bom médico" abrange vários fatores, mas, de uma forma resumida, o bom médico é aquele que te ouve, te entende, sabe improvisar com o que tem, e, claro, por meio do conhecimento prévio, fazer um diagnóstico adequado. Para mim, o bom médico é aquele que cria hipóteses por meio de um histórico e um exame físico detalhado, precisando apenas confirmar com exames complementares. O bom médico é aquele que passa confiança, não se submete ao mundo moderno e aos 10 minutos impostos pelo sistema. O bom médico não é aquele, necessariamente, que recebe rios de dinheiro no fim do mês, nem aquele que deu entrevista para o programa da Globo. Não acho que alguém, incapaz de abrir espaço para pessoas mais humildes, possa ser considerado um bom médico. Medicina está ligada ao cuidado do próximo, e um bom médico é aquele que se volta para qualquer indivíduo. Ser humano e tratar os outros como tal é ser um bom médico. Não quero dizer que pra isso é necessário trabalhar gratuitamente. Quero dizer que o cuidado não deveria ser limitado, segregado, e recusado para qualquer pessoa que fosse. Moradores de rua, muitas vezes, não tem um centavo no bolso, e, cidadão e humanos, como nós, merecem cuidados. Abordando um pouco o SUS, esse é um dos seus princípios principais: a universalidade. Se o ex-diretor da minha faculdade quer ser considerado um bom médico, ele deveria, primeiramente, parar de pagar de bom moço, pseudo-altruísta e humanitário, parar de fingir que atende as camadas menos abastadas, passando imagem de fofo para a televisão, e começar a trabalhar, de fato, no SUS, no hospital universitário que tanto diz representar. Receber o caso nas mãos, com dados e exames completos, e só dizer o diagnóstico me parece roubo de cena. Ser um bom médico a partir dessa imagem final, por fim, é atuar na vida do paciente, independente da classe social desse, desde a atenção primária, até a solução do caso, futuro tratamento e acompanhamento, dando a ele, a chance de falar, de compreender a sua situação e fazer parte de um processo que diz respeito, primeiramente e principalmente, a ele mesmo. Deixá-lo ser protagonista da própria saúde.
Fiz um mix de informações, somado de pequenos comentários internos recheados de revolta.
E o começo ficou meio desconexo do resto do texto, I know. Já disse, fluxo de consciência dá nisso.
Bye!
domingo, 3 de maio de 2015
Estilo "Esquenta": uma mistura de tudo
Há alguns
dias, deparei-me com um texto muito interessante compartilhado em uma rede
social. Era um relato de um jovem menino, de 15 anos, se não me falha a
memória, malabarista nos faróis de São Paulo nas horas em que não se encontra
na escola. Ele contava sobre os tantos amigos envolvidos e perdidos para o
tráfico e para o mundo do crime. Segundo ele, o aliciamento para tais
atividades em seu bairro é bem frequente, e não ser uma vítima dele é um grande
desafio. Imagino que para um jovem, como ele, morador de um lugar simples, com
infraestrutura precária e provavelmente sem saneamento básico, ter a
expectativa de um futuro bem sucedido não deve ser algo tão comum. Muitos
adolescentes como ele, por falta de oportunidades, e até mesmo incentivo, veem
a vida passar, e associam a “realidade” da TV, ou até mesmo dos motoristas que
passam por eles, como algo distante, inatingível, mera ilusão para a verdade em
que vive. Em contrapartida, muitos que buscam viver esse “outro mundo”, esse
outro lado da rodovia, e desejam o “sucesso” da multidão engravatada, veem duas
opções em sua comunidade: contribuir com a “boca local”, ou trabalhar em
atividades consideradas lícitas e honestas. A primeira é posta, por seus
aliciadores, como rápida e fácil, já a segunda é progressiva, crônica, exige
paciência. Não cabe a mim julgar qual é a mais efetiva, correta ou incorreta,
prefiro analisar números, dados. É um fato que muitos jovens morrem reféns do
tráfico, seja em função do abuso da polícia, seja pelas mãos dos “donos da
comunidade”. Afastando-me agora da prolixidade, volto ao assunto de fato. Esse
pequeno malabarista disse que trabalhava ali, porque queria algo digno pra si,
e não terminar como seus tantos amigos: em sangue. Ele dizia sobre querer
estudar e trabalhar arduamente para ter uma “carreira de sucesso”, associado,
por ele, como algo que será capaz de proporcionar-lhe carro importado e Iphone.
Podemos perceber, a partir daí, que sua ideia de “sucesso” está claramente
vinculada ao poder de compra, ao “ter”, tão valorizado em nossa sociedade.
Entra aqui o meu questionamento: Em que raios de lugar está nossa sociedade?
Achei lindo e fofo aquele relato até o momento em que percebi quão mesquinhos
somos, como de forma fútil e estúpida, impomos, indiretamente, esse estilo de
vida tão egoísta, seja com nós mesmos, seres humanos, seja com a natureza e
mundo no geral, para aqueles que, simplesmente, não podem consumir da mesma forma,
apesar de até desejarem. Não estou, de forma alguma, excluindo o poder de
discernimento desse jovem, ou considerando-o incapaz de avaliar a própria
escolha, tanto é que optou por outro percurso bem distinto de seus colegas. O
fato é que é inegável a forte influência dos “engravatados” sobre aqueles que
se encontram do outro lado do muro, do outro lado do vidro, do outro lado da
vida. Não repugno as tecnologias e os bens de consumo, já que tais mercadorias
facilitam, sim, nossas vidas, critico apenas seu uso descontrolado e a sua descartabilidade
exacerbada. São tais atitudes que nos tornam mecânicos, dependentes do irreal,
e, paulatinamente, menos humanos. São abusos que criam barreiras invisíveis e
fazem do poder de compra item inerente ao sucesso na definição contemporânea,
ausente no dicionário, mas impregnado no mundo real.
Ressalto
aqui o sentido da palavra “engravatado” no contexto do texto. Não estou
generalizando, faço apenas uma referência aos “homens de negócio” por meio de uma
metonímia.
Fazia muito
tempo que não escrevia algo nesse estilo, meio dissertação/ crônica, meio
mistura de tudo.
Sei que
devo ter exagerado em alguns momentos, mas não seria eu se não houvesse pitadas
de euforia.
E mais uma
vez, antes de partir, não critico o capitalismo, uma vez que faço uso, neste
momento, de meu notebook para escrever neste blog, trago em questão os excessos
e a substituição desenfreada dos bens, que deveriam ser “duráveis”, e a sua
relação com a forte associação do consumo com o sucesso.
É isso!
Bye, fantasminhas! E você, garoto, espero que seja feliz!
O nada dentro de tudo, e vice-versa
Nessa preguiçosa manhã de domingo, amanheci com sentimentos e sentidos perturbados. Ao olhar o relógio, "9h" marcavam os ponteiros, mas meu sono egoísta e insaciável lia apenas seis. As obrigações me chamam, gritam meu nome, mas meus ouvidos e a minha consciência ignoram-nas fortemente. Quero dormir, quero sonhar, fazer do que irreal parte do real, quero que se confundam e façam da ilusão verdade construída, mas possivelmente destrutível. Qual a graça do invencível? Não há vida presa a escudos, a armaduras que nos escondam e nos impeçam de ser livres, de ser nós, ser assim, como o "assim" de cada um, e ponto.
Após obrigar meu olhos a encontrarem alguns raios de sol, forcei meus músculos a entenderem que aquele era mais um despertar. A vontade de escrever veio de encontro ao desejo de apreciar uma boa música. Ah, música! Remédio para alma, para as mentes confusas, para os momentos vazios. É surpreendente como letras combinadas, ou até desarranjadas, com notas musicais e melodia podem fazer o nosso dia muito mais feliz. São tão simples e humildes, mas capazes de levantar espíritos e clarear tantas ideias. É uma pena que não sejam humanas e capazes de realizarem as minhas obrigações diárias hahaha
Morning, little ghosts!
Após obrigar meu olhos a encontrarem alguns raios de sol, forcei meus músculos a entenderem que aquele era mais um despertar. A vontade de escrever veio de encontro ao desejo de apreciar uma boa música. Ah, música! Remédio para alma, para as mentes confusas, para os momentos vazios. É surpreendente como letras combinadas, ou até desarranjadas, com notas musicais e melodia podem fazer o nosso dia muito mais feliz. São tão simples e humildes, mas capazes de levantar espíritos e clarear tantas ideias. É uma pena que não sejam humanas e capazes de realizarem as minhas obrigações diárias hahaha
Morning, little ghosts!
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