terça-feira, 5 de maio de 2015

Ser mulher, divagações, filosofia socrática na medicina...

Noite, fantasminhas!
Por que a semana tem que começar tão pesada? Tell me?
Dois dias seguidos, corridos, voados, sem tempo de comer direito, nem de pensar no que exatamente eu estou fazendo da minha vida. Eu realmente gosto quando tenho tanta coisa pra fazer que não me sobra tempo pra pensar em outras... ahhh, essas outras! Sem lamúrias, mas é um fato: mulheres precisam repassar toda a sua vida antes de dormir, e esses acontecimentos, essas preocupações interferem no sono de muitas. No meu não! hahahahahha A única coisa que afeta meu sono é fazer trabalho até as 2h da manhã. Luz desgraçada que inibe a minha melatonina -.- Mas eu sempre me pego pensando em você. É, você mesmo, caro leitor. Tento calcular meus próprios passos, as minhas atitudes, os meus movimentos. Não fui feita pra viver cercada de limites. Abandonando essa minha divagação paralela e fora da questão central, após dias como esses, tenho uma vontade imensa de correr, fugir para um lugar tão longe, longe, onde apenas estrelas reinam no céu. Será uma praia, e eu deitarei, tranquilamente, nessa praia sem esperar nada, sem querer mais nada. Apenas eu, a areia, a água do mar e as estrelas. Cada dia tenho mais certeza do que desejar para o meu futuro. Por que não alinhar o amor pelo mundo com o amor pelo cuidado? Quero sair sem rumo, ajudar e ser ajudada. A bondade humana existe e ta aí pra ser encontrada, difundida, compartilhada. Esse meu desejo me fez lembrar de uma conversa com um amigo. Como sempre, entramos em um conflito. Fazendo uso da filosofia socrática, disparei perguntas, a ele, cujas respostas eu busco todos os dias. O que é ser um bom médico? Recebi como resposta aquele que tem um bom currículo. O que é ter um bom currículo? Boas notas? Congressos? Nove línguas faladas? Ok. E pra ganhar bem eu preciso do que? Segundo ele, ser renomado, e, consequentemente, ter um bom currículo. Ok, quer dizer então que o bom médico é aquele que recebe bem? (só pra ter uma noção, 800 por consulta, fora bajulações dos pacientes) Quer dizer que médico que trabalha nas UBS da vida não é bom médico? Parei pra pensar em quão instigados os alunos são, pela faculdade, a pensar no currículo como se fosse um filho, o divisor de águas de uma vida. Sei que uma definição de "ser um bom médico" abrange vários fatores, mas, de uma forma resumida, o bom médico é aquele que te ouve, te entende, sabe improvisar com o que tem, e, claro, por meio do conhecimento prévio, fazer um diagnóstico adequado. Para mim, o bom médico é aquele que cria hipóteses por meio de um histórico e um exame físico detalhado, precisando apenas confirmar com exames complementares. O bom médico é aquele que passa confiança, não se submete ao mundo moderno e aos 10 minutos impostos pelo sistema. O bom médico não é aquele, necessariamente, que recebe rios de dinheiro no fim do mês, nem aquele que deu entrevista para o programa da Globo. Não acho que alguém, incapaz de abrir espaço para pessoas mais humildes, possa ser considerado um bom médico. Medicina está ligada ao cuidado do próximo, e um bom médico é aquele que se volta para qualquer indivíduo. Ser humano e tratar os outros como tal é ser um bom médico. Não quero dizer que pra isso é necessário trabalhar gratuitamente. Quero dizer que o cuidado não deveria ser limitado, segregado, e recusado para qualquer pessoa que fosse. Moradores de rua, muitas vezes, não tem um centavo no bolso, e, cidadão e humanos, como nós, merecem cuidados. Abordando um pouco o SUS, esse é um dos seus princípios principais: a universalidade. Se o ex-diretor da minha faculdade quer ser considerado um bom médico, ele deveria, primeiramente, parar de pagar de bom moço, pseudo-altruísta e humanitário, parar de fingir que atende as camadas menos abastadas, passando imagem de fofo para a televisão, e começar a trabalhar, de fato, no SUS, no hospital universitário que tanto diz representar. Receber o caso nas mãos, com dados e exames completos, e só dizer o diagnóstico me parece roubo de cena. Ser um bom médico a partir dessa imagem final, por fim, é atuar na vida do paciente, independente da classe social desse, desde a atenção primária, até a solução do caso, futuro tratamento e acompanhamento, dando a ele, a chance de falar, de compreender a sua situação e fazer parte de um processo que diz respeito, primeiramente e principalmente, a ele mesmo. Deixá-lo ser protagonista da própria saúde.
Fiz um mix de informações, somado de pequenos comentários internos recheados de revolta.
E o começo ficou meio desconexo do resto do texto, I know. Já disse, fluxo de consciência dá nisso.
 Bye!

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