segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Quem sabe...

Meu corpo dói. Esforço-me para enxergar o horizonte. Meus sonhos desintegram-se com um simples toque do pesar. São friáveis ao tempo, ao vazio, ao abandono. É difícil andar. Carrego uma bagagem pesada, árdua de suportar, árdua de digerir. Mais uma vez, perco-me no caminho de volta. Minhas memórias tornam-se obstáculos, intercorrências, atrasos... Quando acertarei os ponteiros do relógio da vida? Como farei do cair parte comum e inerente ao viver? Cansei de esperar por aqui. Vou ali criar meu tempo, meu espaço, minha vida... Quem sabe eu volte, quem sabe a gente se encontre por aí.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Só agradeço

É engraçado quando conseguimos compreender e aceitar nossas falhas. Há dois dias, comportei-me de forma estúpida, infantil, e deparei-me resgatando memórias, claramente seletivas, de decepções e términos. Depois de algumas experiências, eu imaginei que seria fácil lidar com isso, lidar com possíveis perdas, mas estava enganada. Criei situações, apontei vítimas e culpados em um jogo que nem deveria existir. Felizmente, houve uma diferença significativa entre os outros equívocos e este: o tempo. Bastou-me um dia pra perceber como meu comportamento estava todo errado e distante das lições já adquiridas. Bastou-me um dia sozinha, observando e relembrando toda situação de fora pra perceber que a minha fragilidade está no término de tudo. Das coisas, das pessoas. Perder é algo que me desestabiliza, me desequilibra. E ao ser incapaz de enxergar isso, acusei e apontei dedos. Julguei como possível erro a minha atual forma de agir. Estava completamente cega. Como pude achar que a posição que mais defendo atualmente pode ter sido o meu erro? Viver com intensidade e da maneira como desejo tem me ensinado muito e está longe de ser o motivo desencadeador do meu desequilíbrio. Fico feliz de poder enxergar o cenário de forma mais clara. Fico feliz de ter pessoas capazes de me compreender, sem julgamentos ou defesas. Pessoas que entendem como podemos ser confusos, mas reparáveis.

sábado, 14 de novembro de 2015

Oi!

Oi!
Sabe, essa nossa vida, esse nosso universo, esse nosso tempo-espaço são realmente engraçados né. Vamos começar por esse blog. Quantas vezes eu vim publicar algo, desabafando sobre as várias reviravoltas? Sobre os vários momentos em que me senti perdida? Hoje eu entendo que só nos encontramos, só podemos nos entender, quando tomamos consciência dessa desorientação, quando a  aceitamos de fato. Eu percebo que nunca quis demonstrar minha fraqueza, minha indecisão, meu fácil apego pelas pessoas. E os motivos são óbvios. Mas agora percebo que ser assim está inerente ao meu. Está inerente a Thatiane que eu acredito ser, àquela que eu quero continuar sendo. Com a aceitação, consertar, trabalhar e aprender sobre nós tornam-se etapas muito mais fáceis. 
Se eu fosse contar o quanto aprendi nesse ano, eu ficaria horas escrevendo aqui, e apontando todas as peças essenciais para que tudo isso acontecesse. Eu agradeceria cada "oi", cada "sim", cada "não"... Eu agradeceria por todos os "não", principalmente, que apenas confirmaram o fato de que receber recusas, negações não mata ninguém, apenas fortalece. O que importa, no fim das contas, é ter a certeza de que não há arrependimentos por não ter tentado, por ter tido medo, receio ou vergonha. 
Hoje, vejo como nossa natureza humana é maluca. E caso você aí tenha certeza da sua sanidade, tenha certeza sobre todos os seus sentimentos e pensamentos que perambulam no seu consciente, acho melhor quebrar a redoma em que está vivendo. Ou não né. Quebrar a cara é sempre um evento interessante. Muitas lições a serem apreendidas. Como já dizia Raul, ser metamorfose é muito melhor do que viver de velhas opiniões. 
Depois dessa texto, por exemplo, só consigo ter certeza da minha atual confusão de ideias associada a um rápido fluxo de pensamento. Confuso.

sábado, 24 de outubro de 2015

Curtindo o espetáculo... Ou não!

Você já se sentiu, pelo menos uma vez, como espectador da sua própria vida? Pois bem! É sobre isso que falarei hoje.
(Me senti no programa "Encontro com Fátima" agora, risos)
Às vezes, eu sinto que não estou vivendo a minha vida, estou só acompanhando, de boas, os fatos acontecerem. Toda vez que eu ajo nela, mudo alguma coisinha do roteiro, uma merda acontece. Parece até piada né? Hahahaha mas não é. Isso não quer dizer que sou totalmente apática nela. Não, bem longe disso. Eu descobri, em pouco tempo, que ser capricorniana está realmente em mim. Não, não estou falando da parte de ser rica e possessiva (bem longe desse último), mas sobre ser persistente. Risos. Percebi que curto bastante quebrar uma carinha, de preferência a minha mesmo. Assim, decidi manter minha cara fora da zona de ação, e comecei apenas a observar. Pontos bons: Você vê que galera também faz merda (inerente à vida hahaha). Pontos negativos: mais? Its not necessary!
Manter seu corpinho fora de tudo isso é cômodo. Você evita decepções, evita sofrimentos ou outros sentimentos bostas da vida. Você espera vir. Uma hora vem, uma hora acontece. Você espera chegar a sua hora, o momento certo de entrar em cena. Enquanto isso, a gente só observa. Isso soa stalker, mas não é hahaha
Pessoas, é óbvio que "assistir" não significa ignorar as oportunidades da vida. Significa: "vamos aproveitar aquelas que surgirem!" parece pensamento de preguiçoso e é hahahaha again, little ghosts, fiquem de boas! Parem de insistir nas cagadinhas. Deixem a vida rolar (isso é um autoconselho). Beijos!
(Tá chegando o dia de voceeees! Haloweennnnn!)

sábado, 10 de outubro de 2015

Reflexões de ônibus

Durante mais uma viagem para casa, fiquei pensando em todas as minhas escolhas já feitas nesses dois últimos anos. Fiquei pensando se eu mudaria algo, se eu reconstruiria os acontecimentos de forma diferente. Bem, cheguei a um não. Uma das maiores escolhas que já fiz foi decidir sair do interior e ir pra capital. Isso soa muito novela das 18h, eu sei, mas foi exatamente esse o meu caminho. Eu poderia ter escolhido uma cidade menor, eu poderia ter escolhido um lugar que, aparentemente, mais se parecia comigo. Tudo seria muito mais cômodo pra mim, para uma garota que, apesar de ter conhecido parte do mundo longe de casa, ainda tinha medo do desconhecido, medo de se jogar na vida, medo de uma cidade grande como São Paulo. Os mais livres, mais independentes e seguros de si podem dizer: "nossa, pra quê tanto medo? Bla bla bla". Meus caros, eu sempre fui insegura e sempre deixei claro  isso para mim e para o mundo. O bom é que a vida muda e a gente muda com ela. Admito que nesse tempo minha vida não foi apenas flores. O tal período de adaptação até que foi rápido, mas ainda não me sentia em casa. São Paulo não se mostraria pra mim, eu é que deveria ir conhecê-la. E foi o que fiz. Os planos mudaram, os sonhos mudaram, e as pessoas inclusas nesses planos não quiseram fazer parte deles. Cada um tem seu caminho, não é mesmo? Apesar de todas as intercorrências, dos maus momentos e de alguns que amo terem decidido fazer a curva, não me arrependo de nada. Não penso em outras possibilidades, em outros caminhos, já que neste eu tenho crescido bastante, tenho aprendido bastante, tenho alcançado finalmente parte da minha autoconfiança. As mudanças são graduais, é trabalho de formiguinha, mas já me mostra resultados. Viajando para o interior, eu só reafirmo ainda mais parte do meu futuro: meu lugar não é aqui, nem lá. Meu lugar é no mundo!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Nos últimos dias...

Nos últimos dias, tenho percebido quão saudável é não ter tempo para se preocupar. Isso mesmo. Não ter tempo. Usar todos os minutos do seu dia, seja com estudo, atividades extras, ajudinhas generosas, lazer, torna impossível, ou quase impossível pensar em problemas, ou questões mal resolvidas da vida.
Nos últimos dias, tenho tido mais certeza do quanto odeio inconstâncias, laços solúveis ou indeterminados, incógnitas que me impedem de caminhar. Viver uma dúvida é estagnar os meus pés. É dar liberdade às minhas mãos, mas enraizando meus movimentos dos pés. É estranho como as pessoas conseguem dificultar tantas simplicidades, tanto bem-querer. Te amo, me ama. Massa. Foda. Vamos ficar juntos. Não. Não é isso o que elas enxergam. De um caminho óbvio, elas são capazes de "criar" um novo rumo. Cara, "ficar juntos" não significa "morreremos de mão dadas". Isso significa: Vamos curtir esse tempo bom enquanto o temos. É SIMPLES!
Nos últimos dias, as pessoas, em sua maioria, tem me dado preguiça. Nada pessoal, particular, individual... É uma preguiça generalizada. E quando você manda aquele assunto que, pra você, é tipo fodíssimo, massa pra caralho, e você espera que daí saia uma super discussão, piadinhas estúpidas etc etc. E o que acontece? "haha legal!", "que massa!" -'- e quando vem apenas: ";)". Nessas horas, eu torço pra não encontrar o ser por aí. Eu poderia mandar um positivo épico, ou um dedo do meio com classe, mas eu fico no sorriso forçado mesmo -.-.
Nos últimos dias, eu tenho percebido como eu odeio falar ao telefone. Cara, que coisa mais chata. Função de telefone: tirar dúvida, chamar pra sair, ou matar saudade de alguém distante. APENAS. Tão mais gostoso conversar cara a cara, olho no olho, fazer a brincadeirinha estúpida de quem ri primeiro (perco sempre). Eu só não tenho paciência de conversas ao telefone com mais de três minutos, desculpa ;/ (ao menos que o assunto da conversa seja muito atraente hahahahha).
Porra, eu sei que esses assuntos são puta chatos, mas meus momentos revolts, com contextos mais pseudo cult, são compartilhados no mundo concreto. Meus últimos dias têm servido para muita coisa =)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Papel reciclado

Bom dia, universo! Hoje, as always, eu reciclei meu papel da trouxice com sucesso. Estou tentando entender até agora qual o meu problema nesse mundo. Por que tanta gente falsa e fdp nessa desgraça de planeta? Por quê? A desgraça é tamanha que estou às 6h da manhã, sem sono, querendo sair correndo, sem rumo, por aí. Não só correndo... Quero gritar. O ser humano é um bicho fdp. Um animal desgraçado, egoísta etc etc. Ficaria horas, aqui, descrevendo a minha espécie. Olha... Já fui fdp, mas não no nível master como estão sendo com a minha jovem pessoa. "Estão". Isso mesmo. Plural lindo e maravilhoso. O que eu fiz? Eu só existi/ existo. Fim. Amei? Amei. Amaram-me? Mais ou menos né. Daquele jeito torto e incompleto. Daquele jeito indefinido que eu estou odiando profundamente. Ainda me pergunto que putaria eu fiz pra merecer essa porra. Devo ter sido uma péssima alma na outra vida, só pode. Valeu universo! Continua cagando na minha cabeça, que está dando super certo!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Que som é este?

O relógio marcava meia noite. Início de um novo dia, ou apenas começo de uma longa noite? O silêncio da cidade denunciava a paz que parecia inundar as ruas. Seus pensamentos, em contrapartida, soavam como uma música confusa, sem tom, sem ritmo, sem harmonia. "Harmonia?", ele se perguntava. Nunca houve harmonia. Fora enganado tantas vezes pelas mil sinapses que o levavam às suas memórias. Viajar ao passado era símbolo de uma nova ressignificação. Num dia, vinham carregadas de felicidade; no outro, ódio, raiva. Revivê-las mentalmente nunca as modificaria, mas ele buscava a forma correta de vê-las, buscava paz para poder alcançá-las sem tanta inconsistência, fragilidade. A memória humana é traiçoeira, contudo. Ele não sabia. Um tanto inexperiente da psicobiologia. Não importa quão inflexível sejamos, uma viagem ao límbico traz episódios para serem revividos, e isso significa recodificá-los. Novos sentidos são absorvidos. Novas sinapses são planejadas. Uma nova memória. Boa? Ruim? Quem sabe. Seu defeito é pensar demais. Pensa tanto que, sem perceber, já está la revirando as mesmas memórias. Again, and again... Mais uma longa noite, mais uma música desconexa para agitar a madrugada calada.  

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Mais um dia

Mais um dia. Mais uma noite pensando em você. Uma noite imaginando você aqui comigo. Estar ao meu lado. Quantos minutos a mais ocupará da minha vida? Do meu dia? Dos meus pensamentos? Cá penso se minha presença era realmente suficiente, ou tornou-se vazia com o tempo. Cá me questiono se não estou em seus pensamentos, em um possível dejá vù de tantos outros. Pergunto-me se os dias, as conversas, as semelhanças foram importantes apenas para mim. Em que ponto perdi a minha razão e o controle sobre meus sentimentos? Eu nunca quis me apaixonar. Eu nunca quis me entregar a isso. Hoje, mesmo longe, mesmo ausente, mesmo estúpido e escroto como eu nunca imaginei que seria (acho que nem mesmo você), você continua aqui, fazendo parte das minhas sinapses, das minhas conexões neurais, parte de memórias boas, ruins, memórias... Minha taquicardia ressurge quando lembro do primeiro dia, da primeira noite, do primeiro beijo. Beijo que te daria se te visse agora. Não adianta me ignorar, me evitar, tentar me fazer te odiar. Sim, te acho um idiota. Mas sabe... a porra dos sentimentos não mudam, principalmente quando o tempo passa e me faz relembrar o motivo por ter visto você, de algum jeito, na minha vida. Não importava como, quando, nem onde, mas você apenas estava/ estaria. Ouvir a sua voz é o suficiente pra me fazer sorrir. Te ver sorrir me faz sorrir. Escreveria uma carta pra dizer tudo isso, mas não tenho seu endereço... e suas ações tornaram-se previsíveis... Dois dias de vácuo seguidos de uma resposta curta, sintética, fria. Contentaria-me, pois, com um abraço...
Mentira. Foda-se meu romantismo e meu blá, blá, blá... Queria você na minha cama agora. Minha saudade falaria por mim e por todas as minhas ações :P

Obs: saudade mesmo :/

sábado, 25 de julho de 2015

The last one (who knows?)

E aqui está a foto mais épica (exagero!) de todas. Toda a minha fofura misturada com a minha essência hahahahah ai. Noite de sexta, com um amigo ao lado, pronto pra ouvir todos os meus mi mi mis e tirar a foto das fotos. Obrigada por varzear e me ouvir nos piores momentos hahaha (e rir nos melhores né).
Sim, eu sou gorda e como coisas gordas e gostosas. Eu, sendo pseudo revolts hahahaha a melhor expressão seria: fuck it all!
Besos, fantasminhas! 

Saying "bye bye" soon

Olá, fantasminhas! Bem, vou deixar esse blog por um tempo (como se isso fosse importante hahaha). Pra fechá-lo (temporariamente) de forma estilosa, postarei duas fotos. Uma de cada vez. A primeira é quase um meme, feita às 2h da manhã de uma quinta-feira.
Entenda como meu orgulho dizendo para mim mesma: "pode parar, porque tá feio, colega!"
Particularmente, amei a foto hahahahahahahah
A próxima será postada em breve. Besos

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Gentileza gera gentileza (clichê necessário)

Brinks. Aquele post está muito "blá" para uma quinta à noite.
Vamos lá... Vi um filme francês. Podem dizer: "ai, mas filme francês só tem putaria..." muito bla, bla, bla. Primeiro, obviamente não existem apenas filmes eróticos. Segundo, "putaria" é bem diferente de "erotismo". Cenas eróticas podem carregar um contexto profundamente psicológico. Enfim. Tô me estendendo em um assunto desnecessário.
Hoje, senti quão bem nos faz tratar as pessoas de forma gentil. Ser gentil é sorrir para o outro, dizer bom dia, obrigado, bom trabalho, e todas aquelas expressões básicas das tais " regras de educação ". Vejo tanto mau humor, tanta tristeza, tanto estresse. Não preciso fingir que sou a pessoa mais feliz do mundo, mas esse mesmo mundo não é obrigado a saber dos meus problemas. São tão pequenos comparados a outros tantos. Pode parecer estúpido, mas conversar com um estranho na fila do subway, sorrir e ver o outro sorrindo e ser questionada pela mulher do caixa sobre como foi meu dia com um sorriso estampado no rosto fizeram meu dia. Voltei a pergunta a ela. Sua resposta foi seguida do óbvio " cansativo ", mas a sua simpatia me fez muito bem. Um " Bom trabalho" e dois sorrisos terminaram nossa rápida conversa de balcão. Viu, pessoas, gentileza sempre gera gentileza, como já dizia um sábio morador de rua.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Paciência


Passarei as minhas humildes palavras para o mestre Lenine:

Paciência 

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não... a vida não para)



sábado, 18 de julho de 2015

Ideias que vêm =)

Era uma noite de verão. As estrelas esbanjavam brilho, iluminavam a estrada, em um céu limpo, livre de marcas da urbanização. Meus pés descalços sentiam a terra que trilhava o caminho. Sentiam a natureza que arquiteta o mundo. O vento do litoral compunha o canto das ondas que quebravam na praia, na areia do mar. À oeste, via imensidão. Uma serra imponente coberta com um manto verde e enfeitada pela brisa norturna. À leste, o quase infinito: o horizonte. A linha tênue que engole o sol ao fim do dia e recebe a lua como sua primogênita. Era um cenário de paz, de tranquilidade, perfeita inspiração impressionista. Sua voz grave era audível, ao longe, entre as curvas da minha memória, entre as lembranças e dejá vùs. Meu despertar anunciou um sonho. O dia foi feliz =)

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Eu: paradoxo

Noite, little ghosts!
Sabe, cansei de ser esse paradoxo complicado. Eu penso, penso, penso demais antes de agir, de falar algo, mas em questão de segundos/ minutos, posso mudar de ideia e agir de forma impulsiva. Paro pra pensar (mais!) em todos os momentos em que isso ocorreu, e me sinto mal, porque na maioria das vezes, as coisas não se saíram bem, nada aconteceu da maneira que eu queria/ esperava. Se eu pudesse ter evitado todos os áudios enviados, todos os textos imensos, todos os pedidos exagerados, todos os momentos desnecessários, as palavras mal pensadas (como?!)... Se eu pudesse ter evitado meu jeito paradoxo de ser, eu não seria eu.
Eu sou assim. Não posso evitar isso. Sou uma nuvem nebulosa, um tornado na vida das pessoas, na minha própria vida.
Felizmente, apesar de tudo que aconteceu e tem acontecido, hoje estou melhor. Estou aliviada de, finalmente, não precisar escolher nada, não ter que me decidir. Não estou mais numa encruzilhada. Não preciso encontrar luz nenhuma na porra do fim do tunel. Pensar nessa sensação de liberdade me traz paz e muita tranquilidade. Posso viver sem esperar, sem as ilusões que afogavam meu coração. Posso viver comigo mesma :)

sábado, 11 de julho de 2015

Minha missão

Oi, fantasminhas! 
Bem, para aqueles que não acreditam em outras vidas e crescimento espiritual, o assunto desse post pode parecer tosco e inútil. 
Há alguns dias, tive uma conversa curiosa com uma amiga (já falei sobre em outro post). Falamos sobre a missão de cada um nesta vida, como podemos descobri-la, como alcançá-la etc. Falando sobre a minha vida (eu nem me abro para as pessoas -.-), ela apontou meu pai como a minha aparente missão. Pensei: 'wtf? Eu deveria estar estudando para a minha prova amanhã e estou falando sobre "missões"?'. Em segundos, me encantei com tamanha sabedoria. Palavras me fizeram acreditar que meu pai, o sir "cabeça dura", é minha tarefa. Preciso ajudá-lo a consertar os seus erros, o seu caminho tão tortuoso por preconceitos e julgamentos. Eu contei a ela que já havia tentado várias vezes a fazê-lo enxergar o mundo de uma forma diferente, com os meus olhos, mas minha paciência já havia se esgotado. Ouvi então a resposta para as minhas questões: "faltou amor". Isso me fez pensar durante muito tempo, muuuito tempo. Amor. Mais? Hahaha a verdade é que ando em falta com aqueles que mais amo. Ando sem paciência com a minha própria vida e acabo descontando em todos que estão ao meu redor. 
Hoje, assistindo a um programa televisivo, vimos uma cena com um casal homossexual. Para variar, meu pai iniciou sua fala recorrente. Pensei: " lá vou eu maaais uma vez". Coloquei os pontos mais óbvios e simples para fazê-lo entender que as escolhas pertencem a cada um, e nisso não nos cabe interferir. Se víssemos como algo natural (que claro, é), ninguém consideraria "estranho". Homossexualidade sempre existiu. Sempre. Michelangelo usou, como modelos, prostitutos (as) para pintar a Capela Sistina. Certos filósofos e seus mestres tinham uma relação mais íntima do que a mera filosofia. Por que não vemos como algo natural? Porque somos, pra variar, seres estúpidos, hipócritas bla bla bla. Voltando ao assunto, meu pai ouviu meus pontos, concordou e ficou em silêncio. Se ele aceitou mesmo? Não. Se ele vai agir de forma diferente na próxima vez? Não. Mas eu estarei sempre aqui, tentando, insistindo. Um dia, meus olhos o farão enxergar um mundo melhor :)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Riso, amor, luz =)

E aqui estou eu, fantasminhas =)
Bem, fiquei pensando no que escrever, mas não saiu nada muito filosófico, crítico, ou inteligente.
Em uma mesma manhã, vi meu computador não ligar (já pressentia isso -.-), recebi uma pergunta estranhamente curiosa, seguida de respostas curtas, senti raiva, tristeza, arrependimento, e agora há pouco, sorri como uma retardada e fiquei feliz ao ser sincera com alguém. Acho que todos merecem explicações por atitudes estúpidas que cometemos, principalmente se são pessoas que tenham algum significado para nós.
Sorri ao ver fotos de alguém que mal conheço, mas que, apesar disso, age de forma gentil comigo. Eu sou uma pessoa muito boba, né?! Sorrio e me apaixono pelas coisas simples da vida: por um sorriso, por uma gargalhada, por uma pequena atitude.
Parei pra pensar nos mimimis da minha vida. Meus problemas são tão fúteis, tão estúpidos. Eu já vi minha vida várias vezes no fundo do poço, quase centro da terra (preenchido de níquel e ferro), por desilusões, palavras não pensadas, atitudes não explicadas de pessoas muito próximas. Proximidade. Dizem que são aqueles mais íntimos os que mais nos magoam. É uma grande verdade. O fato é que quando me recordo desses momentos de tristeza e os comparo com a imensidão da minha vida, sou capaz de enxergar quão estúpida fui ao achar que não havia solução, não havia luz no fim do túnel. Dói. Dói pra caralho. Mas a vida exige, todos os dias, muuuita coragem de nós. Ao invés de chorar por algo que me fizeram (ou não fizeram), prefiro sorrir por aqueles que me fazem feliz. Prefiro dar a luz, ser a luz àqueles que precisam de mim. Já disse várias vezes isso: sou feita de riso, sou feita de amor. Compartilho com quem quiser, basta estar pronto e aberto para aceitar =)

terça-feira, 7 de julho de 2015

Assunto clichê

Oi, fantasmas!
Sei que já fiz meu post do dia, mas aconteceu algo agora que me deu vontade de escrever. Quando acho que resolvi minha vida, recordo-me que sentimentos não são "resolvidos", eles acontecem. Mais uma vez, falarei sobre eles nesse post. Vocês vão dizer: ''Ai, Thatiane, mas que chaaato! Só sabe falar disso''. Colegas, sei falar sobre o que leio, o que vejo, mas, principalmente, sobre o que vivencio e sinto.
Quando sinto, sei diferenciar, claramente, desejo e paixão de amor. Admito que me confundi algumas vezes. No impulso, na carência, no desejo de sentir algo por alguém, ou ter alguém capaz de sentir o mesmo por mim, me perdi em uma névoa, uma amizade colorida que me fez bem e mal simultaneamente.
Vamos lá.
Inicialmente, eu me apaixonei pela aventura, pelo novo, pelo mistério que estava envolvido em tudo. Essa energia me atrai demais. Paixão é isso. É esse desejo de ter a pessoa a todo momento, de olhá-la e encontrar uma criatura perfeita. É um sentimento que surge. Com o tempo, meu olhar mudou. Eu era capaz de enxergar seus defeitos, me irritar com palavras estúpidas que me magoavam sem ao menos você perceber, mas sua alma, o seu coração eram/ são muito maior do que tudo isso. Eu os sentia e ainda os sinto. Eu ainda não sei, não entendi que sentimento é esse. Não sei explicar o que é. Apenas sinto, e você já o conhece.
Agora, vamos para o outro lado da história. Já disse vááárias vezes. Amor não surge. Não acredito em amor à primeira vista. É algo construído com convivência, com troca de experiências e afeto. É um sentimento leve que não exige cobranças, explicações... ele simplesmente é. Amor não se destrói, apenas torna-se mais ameno, mas permanece vivo em algum lugar da alma.
Hoje, eu revivi isso. Sentimentos são percebidos com abraços. Bastou um abraço para eu sentir algo em comum. Amor mútuo. Sei que preciso me sentir feliz sozinha, mas a melhor coisa que existe é amar alguém que também te ama. Sentimentos que se compartilham. Infelizmente, nem tudo são flores =/  Eu realmente não o entendo, mas sinto que ele não está pronto para um novo episódio. Eu quero, eu sinto que quero, mas não posso obrigá-lo, limitá-lo a isso. Eu acredito que somos capazes de consertar aquilo que pareça errado. Nosso namoro pode, sim, ser adulto, pode sofrer mudanças, porque nós mudamos. Mas eu não sou capaz de ajustar tudo isso sozinha. Eu sei que vai doer demais se for pra terminar assim, porque já dói demais, e eu sinto, de verdade, que será um ponto, pelo menos nessas fase, de nossas vidas.
Só digo que o amor é um sentimento tão controverso. Você quer ver o outro feliz, e pra isso precisa abrir mão da sua felicidade. Por que não sermos felizes juntos?
Nós complicamos demais os sentimentos. Nós dificultamos demais as relações humanas. Por exemplo, quando você acha que encontrou um amigo de alma? Sente muita saudade de compartilhar suas histórias mais idiotas com ele, mas não sabe se deve, porque ele se encontra off para você. Você sente que ele sente a sua falta (que confuso!), mas ele não quer ou não pode dizer isso. Sinto saudades de você. Eu sei quais seriam seus conselhos, sei "de cor e salteado", mas eu sinto que tenho que fazer isso.
Espero que, um dia, você possa dizer que sente a minha falta (eu sei, sou a luz na vida dos meus amigos =P). Espero que a minha ausência seja sentida.
Mais uma vez, não sei o que será do amanhã. Não me sinto frustrada (por enquanto!)... Estou apenas tentando entender e descobrir qual o melhor caminho a seguir.
Beijos, fantasmas! Desculpa pelo assunto clichê.

O paradoxo das férias

Aháááá! Eu não consigo ficar sem escrever. Eu até tentaria férias sem whataspp, mas preciso disso para marcar encontros com uns amigos e tal. Saudades de toooodos eles. Vou deixar passar essa semana, aíí, semana que vem, será a semana "livre das tecnologias". Já estou na minúscula cidade, escondida no meio da mata, por que não me esconder de toooodas as tecnologias? Se bem queeee, preciso do computador pra ver filmes, mas ok, só isso, redes sociais não são necessárias, muito menos celulares. Além disso, evito a perda do meu tempo e da minha paciência ao checar minhas mensagens e perceber que fui ignorada mais uma vez hahahahaha estou precisando aprender mesmo. Já passou da hora.
Estou de férias, posso dançar pela casa, correr pelo bairro, gritar pela janela, sair pelada (soquenao), fazer o que eu quiser. Mas sabe como está a minha vontade? Zero. Por quê? Porque não tem graça. Eu já tinha me tocado disso nas últimas férias. O prazer de fazer algo divertido em um período cercado de muuuitos compromissos é muito mais delicioso. No primeiro dia, eu me sinto a rainha, sabendo que posso dormir até mais tarde. No segundo, fico rindo igual retardada, ao lembrar que posso ver qualquer filme ou série, e ler os livros da minha lista imensa. No terceiro, eu já quero sair de casa. Minha cidade é linda. O que mais se encontra por aqui é paz, aconchego e frio. Muito frio, principalmente agora. Em dias mais quentes, o céu é perfeito para se ver estrelas e até possível enxergar constelações. Mas... eu descobri que uma semana é suficiente para eu recuperar minhas energias. Eu descobri que sou da agitação, da vida apressada, do dia-a-dia corrido, do quarto bagunçado, porque tive que sair correndo super atrasada (as always!). Eu já sinto saudades da cidade grande. Acho que deixei meu coração por lá.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A maior ironia da minha vida (risos)

Ironias da vida. Vamos falar sobre isso. Há alguns anos, odiei amargamente as tecnologias, celulares etc. Hoje, o ex, quase futuro, e ex again, destruiu todas a minhas tentativas de qualquer possível reconciliação pelo (adivinhem!) celular. Pra ser mais específica, pelo whatsapp. Agora me diz: é covarde ou não? Aliás, homens, fantasmas de plantão, façam um favor a qualquer um: não usem a porra do celular pra resolver alguma coisa. Sabem o que é olhar nos olhos de alguém? Conversar pessoalmente com alguém? Eu estou puta com essa ironia na minha vida. Bem, eu não sei se estou triste, se estou puta, se estou aliviada... Talvez alívio seja a melhor palavra. Saí de um impasse, de uma incerteza, de algo não determinado e não estou a fim de ser um objeto que pode ser usado quando o outro quiser. Eu cansei de ser step. Cansei de andar e ter medo de cair por uma escolha mal feita. Ok. Eu disse que não ficaria puta e aceitaria de cabeça erguida um possível fim, mas não consigo engolir a forma como tudo isso ocorreu. Que saco. Quero chorar, quero gritar, quero correr. Aaaaaaaaaargh. Quero fugir. Quero ficar sozinha. Eu só queria viver um amor verdadeiro. Um amor de tantos anos. Talvez não fosse pra ser assim. Talvez fosse necessário colocar um ponto. Acho que foi melhor assim. Posso respirar melhor. Argh. Queria um abraço, um ombro pra chorar. Eu não sei. Não seria eu, se minha vida não fosse de altos e baixos, quase uma montanha-russa. Espero um amanhã melhor. Quero que as tecnologias se explodam. Aliás, darei tchau a elas por um tempo. Então, até mais. Até breve!

Resumo: Shake them off

Oi, fantasminhas! 
Hoje, se me fizessem a pergunta clichê do "Oi, tudo bem?", eu agradeceria e começaria a chorar como um bebê. Essa imagem explica minha atual situação emocional e de humor hahaha Hormônios também não contribuem. Em um mesmo dia, passei da felicidade e da animação, para a tristeza, seguida de ódio e raiva.
Eu não mereço tamanha indiferença e frieza. Eu estou tentando, porra. Sabe, minha vontade de tentar só diminui aos poucos com as respostas curtas, palavras secas. Até parece que estou tendo dejà vú. Você diz não saber o que tem, e eu? Eu mereço isso? Mereço ser tratada como uma estranha? Como se fosse apenas um acaso de quase uma vida? Cansei dessa situação mal resolvida, do chove não molha, sem saber se vou para esquerda ou para direita. Prezo nossas risadas, nossos momentos mais incríveis, nossas noites bêbados de sono, e de tudo que já fez por mim. Prezo o amor que sinto por você. Singelo, puro, simples. Aquele amor construído durante indas e vindas, encontros e desencontros e muitas trocas de afeto e carinho. Te ter comigo durante todos os fins de semana de um ano inteiro, em uma fase que nem eu mesma estava me aguentando, foi a melhor coisa que eu poderia querer. Foi um ano incrível. Sentia como se já fossemos um casal, morando juntos, compartilhando as piadas mais idiotas, os abraços mais apertados. Saudade de pular no seu colo repentinamente e ter certeza de que você nunca me deixaria cair. Saudades de acordar ao seu lado e me sentir a pessoa mais sortuda do mundo... Mais feliz do mundo. Decida-se, homem. Decida-se, porque nosso tempo não espera. Estou aqui, porque sinto que ainda podemos viver momentos ótimos. Sei que posso confiar em você. 
Eu me sinto idiota às vezes. Aliás, eu sei que sou idiota, mas não quero me arrepender dessa vez. Eu nunca quero me arrepender de nada, por isso mergulho nas minhas escolhas, por isso sou tão impulsiva em tudo. 
Que droga. Odeio meus posts melosos. Odeio me sentir perdida. Eu me sinto no meio do oceano. Sozinha. Isolada. Não tem vento, e mesmo se tivesse, meu barco não tem vela. Tem tubarões. O que faço? Shake them off. 

domingo, 5 de julho de 2015

Espécie mesquinha

Boooooooa noite, meus amores lindos (fantasmas, óbvio -.-)!
Bem, vamos ver o que tenho para falar sobre hoje... Acho que tenho algo interessante para compartilhar. É mais uma reflexão do que qualquer outra coisa. Vi uma notícia que me impressionou e me fez relembrar o motivo pelo qual escolhi o curso que faço e possível profissão de atuação. Quando me perguntam o porquê de ter escolhido a medicina, não me fixo a um ponto da minha vida, a um fato do ensino médio. A ideia simplesmente veio com o tempo, sem uma data específica. As ciências médicas possuem tantas áreas, tantas formas de atuação, e, assim, como várias outras profissões, muitas maneiras de se "fazer o bem". Clínica, pesquisa, hospital, ubs... taaantas opções. Independente do porquê da escolha, qualquer estudante ou médico deveriam, no mínimo, gostar de ajudar o outro. Ser ouvinte e prestativo para o outro não deveria ser uma "obrigação", mas um querer. Confusões assim tornam a profissão cansativa, insuportável, vista apenas como fonte de riqueza (super questionável, já que isso só se obtém a longo prazo). Vamos ao ocorrido. Um bandido "x" assalta um ônibus, rouba todo mundo, ameaça uma passageira e é baleado por um policial presente também no ônibus. Bem, analisando a cena, ok, o policial fez o serviço dele, tentou proteger a população (não sei exatamente em qual parte do corpo foi o tiro, mas sei que o policial deveria apenas "pará-lo" com um tiro em região não vital). A passageira, coincidentemente, era médica. Após ver seu assaltante baleado e caído em seu colo, resolveu atuar, não apenas como médica, pela profissão em si, mas como ser humano. Muitas pessoas disseram: "Ahhh, claro, é obrigação dela, ajudar quando ainda há vida". Outros: "Deveria ter deixado morrer, Bandido bom é bandido morto". Para esses últimos, prefiro ignorá-los, excluir seus "feeds", porque né, não sou obrigada. Para os primeiros, eu concordo parcialmente. Claro, a Medicina tem como principal função cuidar, amparar e, se possível, salvar vidas. Tentar salvar uma vida, contudo, não deve ser vinculado apenas a um dever. Ajudar o outro é um exemplo de humanidade, um real sinônimo de se "fazer o bem". Por que pagar na mesma moeda? Por que apoiar a Lei de Talião? (uma das leis mais estúpidas e ogras já criadas)-(pobres ogros... Shrek não merece isso!). Da mesma boca, saem palavras sobre "solidariedade", e, paradoxalmente, "tem que matar", "tem que morrer". Não sei como chegamos a esse ponto, como conseguimos evoluir e decair tanto ao mesmo tempo. Nós, homens, nos achamos tão superiores aos outros animais. Sofremos a mesma pressão seletiva, sobrevivemos em ambientes semelhantes. Ser irracional não nos faz mais evoluídos, apenas mais complexos. E por esse fato, por sermos capazes de nos emocionar e equilibrar razão e emoção (ausentes do total instinto) é que deveríamos agir com mais respeito pelo semelhante e por todos os outros membros da vida. Somos uma espécie tão mesquinha, tão estúpida...
Como disse, só um desabafo, uma reflexão tosca sobre o incidente. Admiro esse exemplo de médica e de ser humano. Fazer o bem é tão simples, tão singelo.
Boa noite, colegas! Um beijo enorme para os fantasminhas que me leem (soquenao!)!

sábado, 4 de julho de 2015

Desabafo matinal

Bom dia, jovens fantasmas!
Bem, acordei um pouco nostálgica haha tive um sonho bom... Bom o suficiente para tomar decisões. Sabe, eu descobri que, muitas vezes, precisamos ausentar o orgulho para dar chance à sinceridade. É muito difícil conciliar ambos. Eu optei por lutar por aquilo que sempre me fez feliz. Eu aprendi a ponderar mais, a ser bem mais flexível com a vida. Eu entrego, agora, parte da minha vida ao destino (acredito!). Eu farei o que cabe a mim, tentarei resgatar nossa felicidade juntos, mas se o tempo disser "não", quero aceitá-lo de cabeça erguida, sem brigas, sem discussões, sem lamentações. Eu errei, mas errei por um motivo. Não posso lamentar pelo passado. No fim disso tudo, a única coisa que me magoa é saber que, às vezes, somos muito mais cativados do que cativamos. O que parecia a amizade mais incrível que já tive, a ponto de nos conhecermos intensamente, torna-se, em dias, apenas palavras de "gosto da sua amizade" e números na minha agenda telefônica. Eu tentei, tentei, insisti da forma como você sempre (sempre!) me "ensinou". Ir atrás do que eu queria. Eu já era naturalmente assim na minha vida, mas suas palavras me ajudaram. Não sei o que você pensa, imagina, mas eu espero que, se suas palavras eram realmente verdadeiras, você venha algum dia conversar comigo por simples saudade. Desculpe-me, não vou te procurar. Dei muito de mim a você. Se houve verdades, a saudade fará seu caminho. Você sabe, você me conhece, prezo muito minhas amizades. Estarei sempre aberta para falarmos sobre coisas inúteis, assuntos nerds, e te fazer as perguntas mais bestas que existem, mas que me ajudaram bastante a te conhecer. E que sejamos felizes! Beijos, fantasminhas!
Novos lemas na vida:
"foda-se" e "keep walking". Clichês? " foda-se" hahahahahaha

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Like a star...

Quando você tenta não se importar com nada, ignorar o mundo, mas as mesmas palavras, as mesmas imagens vêm a sua mente quase instantaneamente. Dizem ser estupidez humana querer apagar memórias. Deve ser mesmo, mas adoraria utilizar essa estupidez exatamente agora. Queria ser capaz de apagar meus sentimentos. Controlá-los. Argh. Quero sorrir, porra. Roubaram meu riso, e não sei quando o devolverão. Vontade de fugir para o lugar mais longe de todos, vontade de ir para a praia mais distante da civilização, enxergar apenas as estrelas. Somente as estrelas. Seres humanos nos machucam, nos ferem. As estrelas, não. São eternas fiéis, brilhando não para nós, míseros egoístas, mas para elas mesmas. Quero ser uma estrela :'(

terça-feira, 23 de junho de 2015

Solitária

Sente-se solitária, mesmo cercada por uma multidão que vem e vai, apressada e cega pela rotina e obrigações do dia-a-dia. Sua aparente delicadeza é destoada pela força que carrega sob sol e chuva. O vento faz suas pétalas caírem, mas suas raízes são fortes, estão presas firmemente ao chão, dando-lhe suporte e estabilidade. Mesmo sem sua corola, o verde de seu pequeno caule e suas novas folhas que desabrocham devolvem-lhe a confiança e a autoestima. À noite, pela janela, avistei-a em meu jardim. Tão singela, tão majestosa. Como pode ser tão pequena e tão forte ao mesmo tempo? Naquela noite, coloquei minhas lentes, e enxerguei, novamente, o valor da simplicidade no mundo. No meu mundo. Solitária, ocupa seu papel com total eficiência, trazendo beleza à vida, felicidade aos insetos e a tantos outros polinizadores, completamente digna de nosso tempo a contemplá-la.
Ps.: leitura e interpretação baseada em uma fotografia. Uma pena não poder públicá-la, mas é possível que um fantasminha reconheça. 
Ps 2.: texto completamente fictício. Nenhuma referência a minha pessoa hahahahaha

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Corrente do bem :)

Na rodoviária, à espera de um ônibus atrasado, como de costume, percebi algo bem intrínseco na maioria das pessoas: medo de ajudar. Uma senhora, com aparente desespero, pedia dinheiro, qualquer moeda possível, para comprar passagens para si mesma e para os dois filhos. Não me recordo do valor exato. O fato é que a primeira coisa em que pensei foi checar os meus bolsos. Para mim, estava bem claro que aquele dinheiro não iria ser usado para outros fins, ao menos que ela fosse uma ótima atriz, indicada ao Oscar. Após checar bolsos, encontrei dois reais em moedas e pensei: é pouco, mas com certeza irá ajudar. Dei o primeiro passo: fui até ela e estendi a mão com o dinheiro. Quando vi aquele sorriso, aquela expressão de gratidão, senti meu dia realizado por aquele instante, seu sorriso e seu "muito obrigada". O mais incrível aconteceu no momento seguinte. Um e outro começaram a pipocar, surgindo para também contribuir com a senhora. Minha felicidade apenas aumentou. Do silêncio inicial, deu-se início a uma solidariedade em cadeia. Pensei então: por que as pessoas sentem medo de ajudar? Qual o dilema? Ser enganado ou não? Saber se aquilo é correto ou não? O importante, no final de tudo, é que suas chances de voltar para casa estavam aumentando a cada minuto, a bondade, seja por vontade própria, ou imposição da imagem social, floresceu. Bastou um passo, um pequeno passo, e um braço estendido para o receio ser dissolvido. Senhora, espero que volte para casa com seus filhos hoje mesmo. Não sei se Deus existe, mas se sim, retribuo o " Deus a abençoe ", e que ele olhe sempre por você. Admiro sua coragem!

domingo, 24 de maio de 2015

Viagens concretas e metafóricas haha

E aqui estou novamente. Sentada em um ônibus, rumo à adorada e complicada São Paul. Revezo minha viagem entre sonos interruptos, leituras breves e reflexões em fluxo. No momento, paira o desejo incessante de escrever. Escrever sobre o que? Sobre o fim de semana? Sobre assuntos mais úteis e instigantes? Pena, caros leitores, escreverei sobre minha última reflexão. A última das últimas, tão fresca que cheira papel recém-impresso. Pensei sobre como as mudanças, negativas ou positivas, podem fazer a nossa vida muito melhor. As positivas são autoexplicativas. As negativas vêm como um enxame de abelhas, ameçam-nos, ferroam-nos, mas, muitas vezes, somos capazes de superá-las. Aderido a elas, vem o aprendizado, algo que dificilmente é tirado de nós. Veio à mente a possibilidade de continuar a mesma vida comum, moldada às regras e valores morais da cidade interiorana. Não suportaria. Viver cercada pelos olhares de julgamento entre "certo" e "errado", " bom" ou "mau" me faria enlouquecer. Viver presa ao mesmo cotidiano me faria desejar a fuga. É por isso que hoje sonho: sonho com minhas mudanças futuras, com meus planos mirabolantes. Sim, não nego, tenho medo das decepções e dos erros, mas sei que somente com eles aprenderei a lapidar a minha vida do meu próprio jeito. Da minha maneira. Pode ser que as pequenas mudanças, como um corte de cabelo, ou viver em uma nova cidade, não sejam mudanças tão dignas e transformadoras para os caros leitores, mas, para mim, são verdadeiramente significativas, pois exprimem coragem, antes perdida dentro de mim, e o marco do início de uma longa jornada de transformações, erros e acertos.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Cadê nosso termo de consentimento?

Já parou pra pensar que nós nunca pedimos pra nascer? E, que, de certa maneira, a forma mais perfeita de demonstrar o livre arbítrio, se opondo ao nascer desavisado, é por meio do suicídio? O que é o suicídio afinal? Não é simplesmente o fim da vida, mas uma simbologia marcante e posta em prática de liberdade para escolhas. Na sociedade ocidental, principalmente, impregnada pelos valores religiosos, o ato de suicídio é abominado e, muitas vezes, aliado a energias negativas ou, até mesmo, diabólicas. Para o cristianismo, tirar a própria vida é considerado um crime pelo simples fato de ser um assassinato, e pelo indivíduo não ter esperado o tempo escrito por Deus, bem como a sua salvação. Consequentemente, o "pecador" deveria seguir para o tal "inferno". Devido a esse pensamento, bem como outros oriundos de outras religiões, também oponentes de tal ato, escolher entre a vida e a morte tem sido uma questão de difícil discussão. Quantas vezes já vimos a sociedade, em sua maioria, julgar e criticar atos de suicídio? Várias. A intervenção sempre se mostra necessária para a maioria: lá vão bombeiros, policiais, médicos, familiares e os curiosos de plantão. Eu sei o quão valiosa é a vida, e é por esse mesmo motivo que muitos abominam a escolha da morte, mas, voltando ao início do texto: quem pediu pra nascer? Ninguém assinou um contrato, um termo de consentimento pra ser usado neste mundo, ou, simplesmente, existir nele. Façamos, então, valer o livre arbítrio, somos escravos do mesmo e responderemos sempre pelas suas consequências, como já dizia nosso colega Sartre. Não estou fazendo uma apologia ao suicídio, por favor. Já carregamos o peso de nossas escolhas (quiçá mais pesado que o mundo sustentado por Atlas!), cabe a cada um ponderá-las. Imaginemos a seguinte cena: um pai de três filhos, arrimo da casa, mulher desempregada e sem condições de trabalhar. Familiares distantes, sem muito contato. Eis que certo dia, cansado, escolhe tirar a própria vida. Complicado? Muito. Egoísta? Possivelmente. Deixou três crianças para a mãe cuidar sozinha. Mas... não estaríamos sendo nós egoístas com ele também? Não estaríamos fazendo um julgamento equivocado e precipitado? Flash back para Sartre e livre arbítrio. Pode ser que, caso exista algo além disso tudo, ele tenha se arrependido do que cometera. No momento, contudo, ele apenas cortou uma linha que nem ele mesmo havia iniciado, uma linha que alguém iniciou por ele. Não serei hipócrita, se fosse comigo, xingaria-o por alguns dias e lamentaria sua morte. Tentaria, no entanto, compreender e respeitar sua decisão. Cada um sabe o que é melhor para própria vida, ou o que faz dela. O mesmo vale para a eutanásia e o uso de medicamentos para prolongar a vida (ou a redução dos mesmos para aliviar seu fim). Claro que quando o indivíduo não expõe claramente o seu real desejo, os procedimentos tornam-se bem mais complexos. Será uma decisão da família sobre algo que remete a eles indiretamente, mas, considerando que é a escolha sobre o outro, pelo outro, o egoísmo deveria ser abandonado e a seguinte questão deveria ser colocada em pauta: e o que é melhor para o outro? Como escolher pelo outro? Com certeza é uma responsabilidade maior do que escolher para si mesmo, e, sem dúvidas, de um peso maior do que o do mundo. A verdade em relação a tudo isso, bem como motivo desse assunto ser considerado um tabu, é que a maioria das pessoas temem a morte, como se fosse algo concreto, físico, real. Sabemos que é algo inevitável, mas seu medo não deve ser imposto como lei, não deve ser feito de regra para os outros. A morte é uma realidade diária e não abordá-la de forma coerente e discutível, é ignorar a maior certeza da humanidade (e de todos os seres vivos no geral) desde que mundo é mundo. Não podemos evitá-la, apenas adiá-la. Medicamentos, tratamentos, tecnologias foram desenvolvidas pra isso. Amenizar o sofrimento humano. Não direi que não temo o meu fim, porque isso está longe de ser uma verdade, mas prefiro vê-lo como algo simplesmente atemporal e impossível de ser sentido. Sob uma visão espiritualista, vejo a morte como um ponto vazado (pense nesse símbolo "o" das aulas de matemática), "fim" de uma fase e marco "inicial" de outra, apenas um passo na evolução da minha alma. De uma forma mais pragmática, farei uso de uma citação de Epicuro, em "Carta sobre a felicidade":
"(...) o mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos. A morte, portanto, não é nada, nem para os vivos, nem para os mortos, já que para aqueles ela não existe, ao passo que estes não estão mais aqui."
Acho uma das análises mais incríveis que já vi sobre a tão temida morte. Só pra deixar claro, não estou banalizando-a, muito menos ignorando o sofrimento daqueles que deixam esse mundo, bem como de seus familiares. Acredito, apenas, que as pessoas seriam mais felizes e menos preocupadas se vissem-na, bem como o suicídio, sob um olhar diferente e menos maniqueísta. Visões distintas também podem proporcionar menos sofrimento e mais aceitação. Aceitação não só da vida, ou da morte, mas da escolha do outro.


terça-feira, 5 de maio de 2015

Ser mulher, divagações, filosofia socrática na medicina...

Noite, fantasminhas!
Por que a semana tem que começar tão pesada? Tell me?
Dois dias seguidos, corridos, voados, sem tempo de comer direito, nem de pensar no que exatamente eu estou fazendo da minha vida. Eu realmente gosto quando tenho tanta coisa pra fazer que não me sobra tempo pra pensar em outras... ahhh, essas outras! Sem lamúrias, mas é um fato: mulheres precisam repassar toda a sua vida antes de dormir, e esses acontecimentos, essas preocupações interferem no sono de muitas. No meu não! hahahahahha A única coisa que afeta meu sono é fazer trabalho até as 2h da manhã. Luz desgraçada que inibe a minha melatonina -.- Mas eu sempre me pego pensando em você. É, você mesmo, caro leitor. Tento calcular meus próprios passos, as minhas atitudes, os meus movimentos. Não fui feita pra viver cercada de limites. Abandonando essa minha divagação paralela e fora da questão central, após dias como esses, tenho uma vontade imensa de correr, fugir para um lugar tão longe, longe, onde apenas estrelas reinam no céu. Será uma praia, e eu deitarei, tranquilamente, nessa praia sem esperar nada, sem querer mais nada. Apenas eu, a areia, a água do mar e as estrelas. Cada dia tenho mais certeza do que desejar para o meu futuro. Por que não alinhar o amor pelo mundo com o amor pelo cuidado? Quero sair sem rumo, ajudar e ser ajudada. A bondade humana existe e ta aí pra ser encontrada, difundida, compartilhada. Esse meu desejo me fez lembrar de uma conversa com um amigo. Como sempre, entramos em um conflito. Fazendo uso da filosofia socrática, disparei perguntas, a ele, cujas respostas eu busco todos os dias. O que é ser um bom médico? Recebi como resposta aquele que tem um bom currículo. O que é ter um bom currículo? Boas notas? Congressos? Nove línguas faladas? Ok. E pra ganhar bem eu preciso do que? Segundo ele, ser renomado, e, consequentemente, ter um bom currículo. Ok, quer dizer então que o bom médico é aquele que recebe bem? (só pra ter uma noção, 800 por consulta, fora bajulações dos pacientes) Quer dizer que médico que trabalha nas UBS da vida não é bom médico? Parei pra pensar em quão instigados os alunos são, pela faculdade, a pensar no currículo como se fosse um filho, o divisor de águas de uma vida. Sei que uma definição de "ser um bom médico" abrange vários fatores, mas, de uma forma resumida, o bom médico é aquele que te ouve, te entende, sabe improvisar com o que tem, e, claro, por meio do conhecimento prévio, fazer um diagnóstico adequado. Para mim, o bom médico é aquele que cria hipóteses por meio de um histórico e um exame físico detalhado, precisando apenas confirmar com exames complementares. O bom médico é aquele que passa confiança, não se submete ao mundo moderno e aos 10 minutos impostos pelo sistema. O bom médico não é aquele, necessariamente, que recebe rios de dinheiro no fim do mês, nem aquele que deu entrevista para o programa da Globo. Não acho que alguém, incapaz de abrir espaço para pessoas mais humildes, possa ser considerado um bom médico. Medicina está ligada ao cuidado do próximo, e um bom médico é aquele que se volta para qualquer indivíduo. Ser humano e tratar os outros como tal é ser um bom médico. Não quero dizer que pra isso é necessário trabalhar gratuitamente. Quero dizer que o cuidado não deveria ser limitado, segregado, e recusado para qualquer pessoa que fosse. Moradores de rua, muitas vezes, não tem um centavo no bolso, e, cidadão e humanos, como nós, merecem cuidados. Abordando um pouco o SUS, esse é um dos seus princípios principais: a universalidade. Se o ex-diretor da minha faculdade quer ser considerado um bom médico, ele deveria, primeiramente, parar de pagar de bom moço, pseudo-altruísta e humanitário, parar de fingir que atende as camadas menos abastadas, passando imagem de fofo para a televisão, e começar a trabalhar, de fato, no SUS, no hospital universitário que tanto diz representar. Receber o caso nas mãos, com dados e exames completos, e só dizer o diagnóstico me parece roubo de cena. Ser um bom médico a partir dessa imagem final, por fim, é atuar na vida do paciente, independente da classe social desse, desde a atenção primária, até a solução do caso, futuro tratamento e acompanhamento, dando a ele, a chance de falar, de compreender a sua situação e fazer parte de um processo que diz respeito, primeiramente e principalmente, a ele mesmo. Deixá-lo ser protagonista da própria saúde.
Fiz um mix de informações, somado de pequenos comentários internos recheados de revolta.
E o começo ficou meio desconexo do resto do texto, I know. Já disse, fluxo de consciência dá nisso.
 Bye!

domingo, 3 de maio de 2015

Estilo "Esquenta": uma mistura de tudo

Há alguns dias, deparei-me com um texto muito interessante compartilhado em uma rede social. Era um relato de um jovem menino, de 15 anos, se não me falha a memória, malabarista nos faróis de São Paulo nas horas em que não se encontra na escola. Ele contava sobre os tantos amigos envolvidos e perdidos para o tráfico e para o mundo do crime. Segundo ele, o aliciamento para tais atividades em seu bairro é bem frequente, e não ser uma vítima dele é um grande desafio. Imagino que para um jovem, como ele, morador de um lugar simples, com infraestrutura precária e provavelmente sem saneamento básico, ter a expectativa de um futuro bem sucedido não deve ser algo tão comum. Muitos adolescentes como ele, por falta de oportunidades, e até mesmo incentivo, veem a vida passar, e associam a “realidade” da TV, ou até mesmo dos motoristas que passam por eles, como algo distante, inatingível, mera ilusão para a verdade em que vive. Em contrapartida, muitos que buscam viver esse “outro mundo”, esse outro lado da rodovia, e desejam o “sucesso” da multidão engravatada, veem duas opções em sua comunidade: contribuir com a “boca local”, ou trabalhar em atividades consideradas lícitas e honestas. A primeira é posta, por seus aliciadores, como rápida e fácil, já a segunda é progressiva, crônica, exige paciência. Não cabe a mim julgar qual é a mais efetiva, correta ou incorreta, prefiro analisar números, dados. É um fato que muitos jovens morrem reféns do tráfico, seja em função do abuso da polícia, seja pelas mãos dos “donos da comunidade”. Afastando-me agora da prolixidade, volto ao assunto de fato. Esse pequeno malabarista disse que trabalhava ali, porque queria algo digno pra si, e não terminar como seus tantos amigos: em sangue. Ele dizia sobre querer estudar e trabalhar arduamente para ter uma “carreira de sucesso”, associado, por ele, como algo que será capaz de proporcionar-lhe carro importado e Iphone. Podemos perceber, a partir daí, que sua ideia de “sucesso” está claramente vinculada ao poder de compra, ao “ter”, tão valorizado em nossa sociedade. Entra aqui o meu questionamento: Em que raios de lugar está nossa sociedade? Achei lindo e fofo aquele relato até o momento em que percebi quão mesquinhos somos, como de forma fútil e estúpida, impomos, indiretamente, esse estilo de vida tão egoísta, seja com nós mesmos, seres humanos, seja com a natureza e mundo no geral, para aqueles que, simplesmente, não podem consumir da mesma forma, apesar de até desejarem. Não estou, de forma alguma, excluindo o poder de discernimento desse jovem, ou considerando-o incapaz de avaliar a própria escolha, tanto é que optou por outro percurso bem distinto de seus colegas. O fato é que é inegável a forte influência dos “engravatados” sobre aqueles que se encontram do outro lado do muro, do outro lado do vidro, do outro lado da vida. Não repugno as tecnologias e os bens de consumo, já que tais mercadorias facilitam, sim, nossas vidas, critico apenas seu uso descontrolado e a sua descartabilidade exacerbada. São tais atitudes que nos tornam mecânicos, dependentes do irreal, e, paulatinamente, menos humanos. São abusos que criam barreiras invisíveis e fazem do poder de compra item inerente ao sucesso na definição contemporânea, ausente no dicionário, mas impregnado no mundo real.
Ressalto aqui o sentido da palavra “engravatado” no contexto do texto. Não estou generalizando, faço apenas uma referência aos “homens de negócio” por meio de uma metonímia.
Fazia muito tempo que não escrevia algo nesse estilo, meio dissertação/ crônica, meio mistura de tudo.
Sei que devo ter exagerado em alguns momentos, mas não seria eu se não houvesse pitadas de euforia.
E mais uma vez, antes de partir, não critico o capitalismo, uma vez que faço uso, neste momento, de meu notebook para escrever neste blog, trago em questão os excessos e a substituição desenfreada dos bens, que deveriam ser “duráveis”, e a sua relação com a forte associação do consumo com o sucesso.
É isso! Bye, fantasminhas! E você, garoto, espero que seja feliz!


O nada dentro de tudo, e vice-versa

Nessa preguiçosa manhã de domingo, amanheci com sentimentos e sentidos perturbados. Ao olhar o relógio, "9h" marcavam os ponteiros, mas meu sono egoísta e insaciável lia apenas seis. As obrigações me chamam, gritam meu nome, mas meus ouvidos e a minha consciência ignoram-nas fortemente. Quero dormir, quero sonhar, fazer do que irreal parte do real, quero que se confundam e façam da ilusão verdade construída, mas possivelmente destrutível. Qual a graça do invencível? Não há vida presa a escudos, a armaduras que nos escondam e nos impeçam de ser livres, de ser nós, ser assim, como o "assim" de cada um, e ponto.
Após obrigar meu olhos a encontrarem alguns raios de sol, forcei meus músculos a entenderem que aquele era mais um despertar. A vontade de escrever veio de encontro ao desejo de apreciar uma boa música. Ah, música! Remédio para alma, para as mentes confusas, para os momentos vazios. É surpreendente como letras combinadas, ou até desarranjadas, com notas musicais e melodia podem fazer o nosso dia muito mais feliz. São tão simples e humildes, mas capazes de levantar espíritos e clarear tantas ideias. É uma pena que não sejam humanas e capazes de realizarem as minhas obrigações diárias hahaha
Morning, little ghosts!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Minha carta para você

Escrever, escrever... Escreveria uma carta pra você. Diria que a vida, muitas vezes, nos prega peças. Há muito tempo não sentia tantas sensações distintas em tão pouco tempo (tão pouco tempo...). São sentimentos confusos, contudo, que se misturam, se perdem no sim e no não, no oi e no tchau. Perdem-se nas respostas curtas, no tato frio, na ausência de algo a mais. Um quê a mais. Não é só parte de uma fase feminina, é algo que faz parte de mim: compartilhar e receber amor (não entremos em considerações sobre o tipo de amor, qualificar-lo-emos como carinho, qualquer manifestação desse que seja). Paradoxo que me acompanha. Do riso faz-se a indiferença, a distância que nos separa, centímetros que não nos completam. Eu faria dessas palavras uma música, uma melodia de incertezas, de dúvidas, de sentimentos confusos, mas não sou boa com as notas e as partituras. Far-los-ei parte de uma carta, para que se lembre de mim. As palavras fazem parte do que sou e serão com elas que agradecer-lhe-ei pelos momentos mais efusivos e eufóricos, pelas mudanças positivas que, indiretamente, possibilitou em mim. Parece parte de uma despedida, mas não é. Eu não tenho a mínima ideia do que será de mim, de você, de tudo daqui dez minutos, uma hora, um dia, um ano...uma vida. Não posso prever nada felizmente, mas posso agradecer pelo presente. O mais irônico de tudo isso é que é justamente essa "distância" que nos separa, a razão do meu receio, das minhas incertezas, das minhas distrações, das minhas indagações. Não teria medo de me entregar para a vida, mas sentir pisar em ovos me faz recuar, me faz querer pedir socorro. Gosto de você, gosto de estar com você, gosto de querer, de desejar algo a mais. Eu gosto de gostar do gosto de ter você comigo. Gosto de você. Sussurraria em seu ouvido meus mais profundos desejos se estivesse aqui.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Amante do surrealismo

Sinta a música como uma onda que te leva para o mar azul. Sinta a música te agitar, como o vento que sopra em tempos nublados. Faça do momento o primeiro ao abrir os olhos, e o último de um suspiro. Sorria, cante, grite para o mundo o que te prende, o que te sufoca, o que está guardado na mais profunda memória. Ah, a memória. Relativa quanto à vida, relativa quanto às situações. Tão sábia junto à consciência, mas vilã junto ao coração. As notas pairam no ar, sem rumo, sem caminho. Parecem perdidas, mas compõem uma sincronia tão perfeita, tão viva. Vejo claves de sol, ré, si-bemol, dó-menor, lá-maior... Cores! Ah, cromolândia, sinestesia! Qual a graça do ritmo sem cores? O grave, por ser grave, dramatizado, chora por vermelho, mas pela intensidade, faz jus ao tom de preto. O agudo, teimoso que é, insiste pelo amarelo, forte e imponente, mas recebe da aquarela, que compõe a cena, o verde-água de um mar, estranhamente, musical. Partituras interagem com os outros sentidos, não menos importantes, tampouco excluídos. Tato, olfato, paladar... As peles que se tocam ao dançar da música, os lábios que se fundem ao sabor da melodia. O amargo da boca nasce com mi-menor entrando em cena. Logo o doce, contudo, surge para alegrar as boas almas, que, ao som de fá, degustam as últimas falas desse arranjo surreal.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Fluxo de consciência

Há alguns anos (5-6 anos), vi um filme que me fez ficar horas refletindo sobre a vida, sobre as nossas escolhas e como elas podem se convergir com as dos outros que nos rodeiam. "Mr. Nobody" era o nome dele. Eu senti uma necessidade imensa de escrever. Foram 5 minutos de completo fluxo de consciência. Clarice Lispector poderia até me criticar pela escrita, mas foi tudo o que pude fazer. Além disso, para fluxos de consciência não há regras, não há certo ou errado. As ideias apenas surgem. Posto, então, meus textos escritos naquele dia: "Há sempre um momento em que resolvemos escrever. Por algum motivo é necessário escrever, expor todas as suas idéias, liberar as minhocas que perambulam e gritam para sair. É preciso soltá-las, e deixá-las encontrar o caminho. É estranho pensar que algo sempre ocorre devido a outro fato. Se hoje eu não sair de casa, algo pode acontecer, ou posso evitar que algo aconteça. Pode chover e eu não me molhar. Ou haverá um sol, e as mais belas flores surgirão. Posso perder o par perfeito, ou apenas deixar de sofrer. É estranho pensar que a vida é feita de escolhas, e a sua escolha de hoje, afetará na atitude de amanhã. Como um efeito dominó: basta errar em uma peça, que todas cairão em seguida. Mas como acertar? Como saber se a escolha feita é realmente a certa? Será que existe a certa? Ou tudo depende de um ponto de vista sobre a situação? É estranho pensarmos que podemos decidir o nosso próprio caminho. Podemos escrever a nossa história sem nem ao menos percebermos. Achamos que alguém está escrevendo-a, e não nos damos conta que somos nós mesmos. Às vezes achamos mais conveniente encontrar um autor para o nosso futuro. Se a decisão causou perturbações, foi o destino que nos pregou uma peça. Era algo que estava escrito e não podia ser mudado. Errado. A encruzilhada estava ali, bastou o primeiro passo, e tudo começou a desabar como um castelo de cartas. Sem rumo, precisamos de ajuda, precisamos entender porque tudo aconteceu de maneira diferente. Por que daquela forma? Outras escolhas foram feitas, outras pessoas precisaram decidir seus caminhos e tudo está interligado. Eis aqui uma contradição. Podemos escrever a nossa história, mas não podemos descobrir o que cada um escreverá na sua. Como será o fim? Haverá um fim? Ou é necessário apenas juntarmos todos os fins e encontrarmos a parte em comum? Talvez esta seja a solução, ou apenas o início de uma nova incógnita." "Eu não sei se sou assim porque quero, ou porque meus genes exigem assim. É difícil entender situações que ocorrem, quando na verdade desejaríamos que nada tivesse acontecido. Prever o futuro seria um dom, capaz de ajudar, e ao mesmo tempo atrapalhar. Saber se morrerei amanhã, ou atingirei a imortalidade. É preciso conhecer, aprender, pesquisar. Saber se meu código genético produzirá aquela proteína, que formará aquela enzima. Aquela. Essencial para viver, essencial para estar aqui. Impossível. Nunca saberei. Só quero compreender porque estou aqui. Por que tudo não pode ser diferente? Por que não posso ser diferente? Quem sabe o erro está em mim, ou até no próprio mundo. Todos querem mudanças, todos exigem mudanças. Mas não posso, não consigo. Acompanhar leva muito tempo, e meu corpo está cansado. Preciso levantar e buscar um caminho. Talvez incerto. Talvez previsível. A resposta está ali, mas é difícil enxergar. Está tão clara, tão óbvia, que se torna complicada de entender. Às vezes é preciso mudar para ver."

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Energias universais, Sartre, música... Eis uma bela manhã de sábado!

E hoje eu acordei com um sentimento diferente, uma sensação inusitada. Apesar de estar com um torcicolo, uma dor irritante em um dos músculos do pescoço (não me pergunte qual!), sinto uma felicidade interessante. Ontem conversei com uma amiga sobre as energias que recebemos do mundo e transmitimos para ele. Há um tempo (um ou dois anos), uma pessoa especial tentou me convencer e acreditar nessa "magia invisível", mas, várias vezes, me neguei a ouvi-la, e carreguei, por muito tempo, pessimismo e muito pouca autoconfiança. Nesse sábado de céu azul e sol radiante, vejo como fui estúpida. É tão simples e óbvio. Estar ou conversar com alguém que esbanja felicidade e positividade é permitir que sua vida também seja invadida pelos mesmos sentimentos. É ignorar qualquer problema mesquinho e insignificante frente aos vários momentos únicos que a vida (e nós mesmos!) nos proporciona. A vida é tão frágil! Uma fragilidade que não permite demasiadas reclamações. Se o café está frio, esquente-o. Se está chovendo e você não tem um guarda-chuva, paciência! Sinta as gotículas minúsculas baterem em seu rosto como se fizessem parte da última da história do planeta (Não reclame, como eu, se o seu óculos vai ficar todo embaçado haha). Pisaram no seu pé? Esbarraram em você? Releve, sorria! Sinta como estar satisfeito com a vida a torna muito mais tranquila e fácil de ser vivida. Pode ser tão árduo, admito. Sua mente vai desejar reclamações, a impaciência e a impulsividade vão te levar a tomar atitudes estúpidas, inconsequentes, infantis. É um desafio a ser moldado, um novo caminho a ser trilhado. Sartre já dizia que estamos presos ao nosso livre arbítrio, presos às consequências diretas e indiretas de nossas escolhas. Façamos valer, pois, essa liberdade. Convergindo com as boas energias dessa manhã de sábado, ouço a "minha" música, cuja melodia e letra costuram e dão harmonia a essa nova forma de escrita e contexto. Sem dramas ou chateações. Little ghosts, tenham um ótimo sábado! "I wanna turn the whole thing upside down I'll find the things they say just can't be found I'll share this love I find with everyone We'll sing and dance to mother nature's songs I don't want this feeling to go away" Upside Down, by Jack Johnson

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Será?

Há alguns dias, li "O pequeno príncipe" pela primeira vez. Consegui compreender o porquê de tantas pessoas dizerem que todo mundo deveria lê-lo em diferentes fases da vida. No meu caso, pulei a infância, mas sei que, se o tivesse lido, minha interpretação seria bem distinta da de hoje. Antoine de Saint-Exupéry diz, por meio de suas personagens, que, a partir do momento que alguém cativa outro indivíduo, esse torna-se responsável por aquele, uma vez que ambos terão necessidades recíprocas, vontade de estar com o outro. Com a pouca vivência que possuo (míseros 22 anos!), já não acredito fielmente nessa ideia. Acho que essa afirmação talvez seja válida para fases em que o indivíduo não possui tanto poder de discernimento sobre o limite entre espaços pessoais, sobre o tempo disponível de cada um e a diferença entre formalidades e promessas de um possível retorno. Essa fase assemelha-se com a infância. Dizer para uma criança que logo mais você voltará é fazê-la crer, fielmente, em que, em breve, ela terá a honra de sua visita. Isso foi comprovado por mim há alguns dias (para ser mais específica, no natal), quando prometi a meu primo de 8 anos que permitiria a ele usar meu celular quando eu voltasse. Com certeza eu voltaria, mas tinha em mente que, horas depois, ele não mais lembraria de minha promessa. Inocente! A primeira pergunta que me fez logo que me viu foi: "Trouxe seu celular?". Já houve dias em que minha simples companhia era mais significante e interessante do que um jogo estúpido de celular. O fato é que palavras jogadas inocentemente por mim foram agarradas e guardadas fortemente pelo meu primo, assim como moedas de ouro seriam agarradas pelo Siri Queijo. Em minha atual fase, juventude/ adultez, vejo de forma límpida como essa afirmação pode ser errônea e ingênua. Se eu me cativo por alguém pelo simples motivo desse me parecer especial, a maior responsabilidade cabe a mim somente saber das consequências do meu apreço por ele. O indivíduo cativado não é culpado por transmitir simpatia e feromônios. De forma honesta, contudo, esse outrém deve prezar a sinceridade e esclarecer se o "ato de ser cativado" é recíproco. Como sabemos, a humanidade não é ideal, bem longe da utopia. Peço licença, Saint-Exupéry, com toda educação, pois preciso redigir sua citação com detalhes da sociedade contemporânea, quiçá, de todo sempre: "Tu te tornas refém de/por quem foi cativado"(versão dramática), ou "Tu te tornas capacho de quem te cativou"(versão corno-sertaneja), ou "Tu és o único responsável por ser cativado... e por continuar a alimentar esse apego sentimental"(versão Thatiane). Escrevo cartas dramáticas de amor. Às ordens!

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Reflexões matinais

Mais um dia. Acordei tentando resgatar o sonho recente que parecia se perder com o retorno da consciência. Simultaneamente, ouvi minha mãe me chamando e perguntando se eu estava acordada. Pensei: "Agora, definitivamente, estou!". Meu resto de sono fora interrompido por um erro ("jura?") cometido na noite anterior. Compra realizada sem sucesso. Eram seis pés de cadeira, comprei apenas quatro. Que felicidade a minha! Despertada por uma catacrese equivocada. Maldita figura de linguagem! Tomei meu café, pensando no que faria hoje. Tão previsível! Entretanto brotou em mim uma vontade imensa de escrever, falar sobre a vida, sobre mudanças, distrações, reflexões que deixamos fugir com a rotina diária. Nos últimos meses, devo admitir que muitas crenças e mistificações, às quais me apegava tanto, foram quebradas, dissolvidas. Parte delas ainda permanece comigo, mas grande parcela tem sido levada com o tempo. Sempre acreditei no verdadeiro amor e banalizei as relações temporárias, líquidas. Beijo e sexo... não entendia como as pessoas podiam ser tão indiferentes ao valor de idealização presente, tradicionalmente, em ambos. Bah! Balelas da vida! Fazia uma relação clara (para mim!) entre insatisfações e a liquidez em que vivemos. Parecia haver conexão: desejos mesquinhos e temporários, com frustrações em uma busca profunda, apesar de omitida e negada, de um verdadeiro amor, a tal "alma gêmea" (diga-se de passagem: "a metade da laranja...dois amantes, dois irmãos..."). Não nego que ainda acredito nessa possível conexão, no entanto não cabe a mim, e nunca foi, nem será, minha função julgar as atitudes e erros daqueles que preferem viver a vida dos desejos e das vontades. Admito minha inveja pessoal, e admiro tais indivíduos, pois sou fraca frente ao solúvel, mas sou facilmente apegável ao mistério. Como forma de proteção, tento o recuo, mas a curiosidade, muitas vezes, grita, pedindo a libertação dos mesmos desejos e vontades valorizadas por aqueles. Devo viver em um paradoxo, construído pela dualidade razão x emoção. Tenho consciência de que envolvimentos passageiros não são carregados de amor, uma vez que esse necessita de um tempo maior para ser moldado e solidificado. Entretanto, esse mesmo amor parece julgar-me, diariamente, pelo novo caminho que escolhi seguir. Um caminho não muito certo (nada, de fato!), não muito plano, nem regular... Uma vida de surpresas, sem previsões, ou certezas... Uma trilha plena de descobertas!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

...

Eu realmente não sei qual o meu maior problema. Sou impulsiva? Talvez. Sou indecisa? Quem sabe. Mas por que não idiota? Vide postagem anterior. Lendo minha última reflexão, vejo uma "criança" ao auge do desespero, com sérios problemas de auto-confiança e amor-próprio. Onde, em qual canto e tempo da minha vida eu abandonei a minha dignidade? Onde eu deixei aquela menina criativa, pronta para inventar e reinventar, e fazer de papéis e caixas seu segundo mundo? Pergunto-me várias vezes em que instante me tornei tão dependente de terceiros para viver e ser feliz. Queria poder voltar no mesmo instante e evitar o próximo passo, alterar o momento sucessor. Hoje, após "morrer" o carro várias vezes (não sou a melhor motorista, desculpa, mundo!) em um lugar semi-plano, fiquei irritada, extremamente nervosa com todos, com o mundo. Senti uma fúria instantânea, mas tudo fazia parte de uma grande mentira. Não era raiva dos outros, não estava querendo culpar ninguém... A raiva era saber que a culpa era simplesmente e somente minha. Eu sou o erro e tenho causado os estragos na minha vida. Ninguém mais. Ter consciência disso, fez-me ter vergonha da última postagem. Ter vergonha do que me tornei. Nunca quis ser assim. Nunca aceitei fragilidade. Foram tantos questionamentos, tantas dúvidas, mas uma certeza: preciso me reencontrar. Reencontrar a criança independente, capaz de brincar sozinha e criar vozes diversas para o seu universo imaginário. A criança que via na solidão a oportunidade de ser ela mesma e inventar tudo aquilo que não podia em meio a outros. Quero atribuir a ela a mulher que sou hoje, as ideologias, as opiniões e as vontades mais profundas. Quero fazer dela o que sempre quis ser, mas nunca fui. Acho que estou pronta, finalmente, para sair comigo mesma e aproveitar a minha companhia. Nada mais.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Oi(?)

Pra variar, eis o motivo de estar aqui hahaha Crise existencial, conflito de sentimentos? Já nâo sei mais o real motivo. Não sei viver esse jogo de inconstâncias, não sou a mais preparada e mais forte pra isso. Devo ser fraca, maquiada e protegida por uma pseudo armadura de consciência e sabedoria. Devo ser uma fraca mesmo por acreditar em ilusões, me apegar a mistérios, à liquidez. Não conheço as regras desse jogo, não sei também se quero conhecê-las. Nunca fui a maior fã de regras. Por que não deixar se permitir? Eu quero, eu preciso me permitir. Talvez vocês, fantasminhas, não entendam, mas alguém, por aí, sim. "Um dia frio Um bom lugar pra ler um livro E o pensamento lá em você"